segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Criancices


Amanhã é Dia das Crianças e Ella não é mais uma delas...aliás, desde os 9 anos, quando ficou mocinha precocemente pela maldita menarca, Ella não faz mais parte dessa invenção do mundo capitalista. Imagine uma garotinha de 10 anos querendo um presente e alguém lhe diz: "Você não é mais criança, já é uma mocinha...". Humpf! Se é assim, me dê logo um cartão de crédito e as chaves do carro...

Ora, ora...se você não é mãe, pai, criança ou namorado (a) de alguém, fica fora de uma ou duas festas do comércio: resta-lhe o seu aniversário e o Natal apenas. Ella sugere que haja o dia do (a) filho (a), porque isso você é SEMPRE de alguém, mesmo que seus pais já se tenham ido (e a não ser que sua chocadeira seja de última geração).

Na época de Ella os presentes nem eram assim tãooooooooo sofisticados. Amava aquelas bonequinhas de papel que trocavam de roupa. O must da engenhosidade era a "La, Lé, Li, Ló,Lu Patinadoooooooora" ou o robô Arthur da Estrela. A gente gostava mesmo era de jogos que são imbatíveis até hoje: Banco Imobiliário, Detetive, War... Pra quem colecionava: Moranguinhos e Fofoletes, Susies, Falcons, Playmobil...Hoje criança quer boneca que arrota, faz xixi e faz cocô! Espere a criança crescer e ter um bebê de verdade pra ver que merda é limpar isso...

Ella se compadece das crianças bombardeadas por propagandas coloridas e sofisticadas. Se Ella desejava uma Melissinha ou um "Ortopé, ortopé tão bonitinho", imagine se não iria morrer por uma sandália da Hello Kitty com pochete ou pela bota da Barbie rosa cheia de purpurina (sorry, Glitter, purpurina é muito vintage). Até meninos, que costumavam não ligar a mínima para nada que não fosse carrinho e pipa, hoje almejam tudo do Ben 10, do Naruto, do Hot Wheels...

Crianças podem ser cruéis, como sabemos. Aquela máxima da criança mimada do "eu tenho, você não tem" atormentou a infância de Ella. Ella observa o comportamento consumista das crianças de hoje (e sua falta de limites de desejos) e se pergunta onde foi parar o "Não, isso papai não pode dar". Ella vê os pais querendo saciar em seus filhos suas vontades não satisfeitas, e se questiona sobre que tipo de adultos estão sendo construídos: os que tudo podem, dividido em 12 vezes sem juros.

Pensando bem, é até bom que Ella não seja mais criança hoje, porque seria aquela que
pede um iPod e receberia um : Ih, não pode....

3 comentários:

  1. Vc está por dentro das novidades do mundo infantil, hein!

    BEN 10! rsrsrs

    Mas sou da geração Playmobil e Comandos em Ação!

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  2. Eu tenho sobrinhos, afilhados e uma criança dentro de mim! kk

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  3. Hahaha! Muito divertido seu texto, Ella.
    Um amigo aqui do trabalho disse que a filha dele pediu um net book!! Na minha época eu já achava o máximo o Pense Bem... rs!

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