quarta-feira, 23 de março de 2011

A insustentável leveza do ser...


Ella está gorda.. Sim, caros amigos, Ella acabou de aumentar alguns gramas em sua precisa balança de arrobas. Ella odeia engordar. Odeia mais que funk, gente bêbada e música sertaneja...

Quando a calça aperta, Ella tenta se consolar dizendo que é só uma prisão de ventre, põe a culpa na TPM ou diz que é porque a lavagem encolheu o jeans. Mas quando os botões da blusa começam a estufar e os peões de obra a chamam de gostosa e popozuda, Ella tem certeza de que está gorda.

Obviamente Ella não revelará o quanto engordou, as mulheres têm direito a algumas mentiras nesta vida: a idade, o número de homens com quem dormiu, os orgasmos que fingiu, o valor exorbitante de seu vestido novo e, por último, mas não menos importante, o peso.

O humor de Ella quando engorda é irascível. Ella tem ímpetos de acabar com tudo (começando pelo que tem na geladeira e na despensa). Há uma tristeza em seu olhar, uma melancolia e uma certeza: se as calças não lhe cabem, Ella não compra outras. Tem gente que tem no closet manequins do 36 ao 50, parecendo uma rede de magazines. Aliás, nenhuma loja tem manequins tão elásticos assim, acima de 44 não se pode mais ir ao shopping...(discriminação?!!!!!!)

Ella conhece dietas bem extravagantes e não tem coragem de fazer nenhuma delas porque é inteligente e tem uma nutricionista próxima (tão próxima que parece até viver dentro dela...rs). Mas aqueles dias em que não dá pra malhar e que o frio pede um vinhozinho extra estragam o shape de qualquer humana (eu disse HUMANA, não aqueles seres desagradáveis que comem que nem um macho e não engordam, ok?).

Ella desconfia que o ar também tem calorias: basta respirar mais fundo que Ella engorda. mas a grande verdade desse mundo é que a única coisa nesta vida que se ganha sem fazer nenhum esforço é gordura...

domingo, 20 de março de 2011

A visita de Obama


Obama veio ao Brasil neste fim de semana. Ella se pergunta...E o Kiko? O "kikotenho" com isso? Veio fazer o quê? O mesmo turismo sexual dos demais presidentes norte americanos com objetivo de "to fuck" o Brasil? Se Obama veio fazer isso, convidou pra jantar antes e soube dar uma boa cantada para conquistar....foi um gentleman.

Obama falou nossa língua, esforçou-se para decorar umas frases em Português, chutou uma bolinha na Cidade de Deus...Só faltou abrir uma cerveja no quintal. Ella achou isso trés chic. Tão trés chic e elegante quanto os modelitos de Michelle.Ella achou Obama diferente. Achou-o alheio ao estrelismo de seu cargo.

Na verdade, os transtornos causados pela segurança de Obama foram às raias da loucura. Imaginem, caros leitores, que duas recepções de casamentos agendados para a sensacional Confeitaria Colombo, no Centro do Rio de Janeiro, iriam ser desmarcados só porque Obama falaria a 1 km de distância do local! Ora,ora...a amiga fez promessa a vida inteira, consegue laçar um noivo, gasta uma fortuna para o evento de sua vida e daí vem um fulano lá da casa do carai pra dizer que você não vai se casar e que ainda vai entubar o prejuízo! Ella quando soube da notícia ficou hystérique como se o fosse seu próprio casamento! Isso sim é risco de segurança gente! Enlouquecer uma noiva às vésperas do casório. Mas graças a Santo Antônio nada disso foi necessário e as moças puderam se casar...

Voltando à Obama, seu discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi bastante envolvente, e se você fez pelo menos 2 períodos de Inglês em qualquer cursinho, poderia entendê-lo. "So cool" isso né? Porque a Dilma fala, fala, fala em Português mesmo e Ella não entende nada. Há uma aura de simpatia envolvendo a família Obama que pareceu sincera e transparente. E mesmo que os americanos nem estejam tão satisfeitos com sua atuação, é inegável sua empatia como estadista.

Ella não é simpática aos EUA. Ella tem pavor do capitalismo americano. Ella se revolta com poder de Tio Sam sobre o mundo. Ella nem gosta de Nova York, como qualquer consumidora compulsiva, só porque fica nos EUA. Mas Ella torce por Obama ser quem pareceu ser e espera que ele possa dizer ao final "Yes we could".

quarta-feira, 16 de março de 2011

Excluída ou exclusiva?


Ao passear recentemente pelo shopping, Ella foi abordada pelo repórter de TV que perguntou: "Quem você acha que deve ir para o paredão do BBB?" Tic-tac-tic-tac-tic-tac...Ella começou a suar frio...imaginou-se no Show do Milhão na pergunta final ou dentro da cabine à prova de som em que o Sílvio Santos mandava escolher entre fósforos usados e um carro zero ...tic-tac-tic-tac-tic-tac...

Era "a Globo" e era a chance de Ella aparecer em rede nacional! Mas Ella não sabia. Tentou buscar alguns nomes que lhe vieram à cabeça: "Diego Alemão, Grazi Massafera, Sabrina Sato...não,esses eram "brothers" anteriores..." tic-tac-tic-tac...Ella tentava puxar da memória a conversa das manicures no salão: "Aquelazinha vive dando pra todo mundo, fulano não pegou ninguém, beltrano fala com plantas..." Mas os nomes não vinham: "Droga, não prestei atenção!". Como dizer a verdade? Como assinar atestado de alienação ao programa de maior audiência da TV? Como ser uma exceção de 10% da população? Como expor essa verdadeira vergonha na frente das câmeras?Como? Como?Como? tic-tac-tic-tac...Ella explodiu: "Eu não assisto Big Brother"!

O repórter, assustado, olhou para Ella como quem acabara de ver um elefante de duas trombas: "Você não assiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiste?". Só faltava o repórter feioso e cheio de olheiras completar: "Em que mundo você vive? Sua aculturada...".Dava a impressão de que Ella não saberia responder o autor da Teoria da Relatividade ou qual a capital da França...

Nas temporadas de Big Brother, Ella sente-se excluída da sociedade. Só se fala disso, só se comenta sobre isso...Mas na vida de Ella, só se fala de outra coisa. Ella não é maria vai com as outras a não ser que as outras sejam chiques, descoladas e achem Big Brother um "mode off". O que há de maravilhoso nisso? Ella entra num rol de exclusividade ímpar: um club privé dos que não assistem Big Brother!

terça-feira, 1 de março de 2011

É Carnaval,é folia e nesse dia ninguém chora...


"Bum bum baticumbum prugurundum" é o ritmo do coração de Ella neste momento. Sim! Ella é francesa, mas tem um tufão nos quadris e não samba que nem gringa. Ella confessa que tem um pé na África (tá bem, um DNA leve que pula ao som dos tambores...). Ella se amarra numa negritude e seus ritmos sensacionais. Pensando bem, numas cores e estampas étnicas também.

Ella não suporta o empura-empurra das pipocas das micaretas. Prefere o suor da galera bonita dos blocos descolados e as marchinhas e sambas cariocas. Que têm letra! Que têm poesia! Que têm, no mínimo, algum sentido perto da sopa de vogais do axé (mas ela até gosta da Ivete Sangalo,ok?).

O renascimento do Carnaval carioca faz Ella vibrar de orgulho. Ver todo mundo na rua fantasiado, brincando e cantando como se não houvesse amanhã. Democraticamente, sem pagar nada por isso, a qualquer hora, o dia todo!

Ella ama ir pra Saara comprar fantasias! Chapéus, balangandãs e muita imaginação! E quanto mais blocos, mais criatividade: dos nomes das agremiações às fantasias...Um jeito muito carioca de ser.

Ella foi embalada com sambas, sambas lindos, inesquecíveis e que fazem parte da história da música brasileira. Ella foi criada ouvindo a azul e branco de Madureira, com Clara Nunes e Paulinho da Viola. Ella se arrepia e chora quando a Águia da Portela aponta na Sapucaí. E chorou quando viu todo o trabalho da comunidade incendiado a um mês do Carnaval.

Quem curte essa festa, no ritmo que for, traz consigo a brasilidade no DNA. Quem não curte...é ruim da cabeça ou doente do pé!