Estreando mal na Copa

Não, Ella não está falando do Brasil, está falando de si própria. Imaginem um dia pra tudo dar certo e a bola vai pra fora que nem tentativa de gol do Kaká.

Tudo combinadinho "cas colega nem" (Ella falará posteriormente sobre este amável grupo de amigas finas e chiques a que pertence). Iríamos todas para o Circo Voador assitir à partida. Na verdade, Ella nem tava preocupada com a Coréia do Norte e sim com a quantidade de pessoas bonitas e alto-astral que estariam no local escolhido. Fora o samba. Fora a animação. Fora a gargalhada garantida das colega nem. Ella estava empolgadíssima.

Começou mal quando Ella não conseguia fazer o cadastro na porrrrrrrrrrrrrrrrrra do site. Demorou 10 horas pra entrar seus dados, afinal é difícil mesmo entender que Ella mora num Chatêau nos arredores de Paris e Loubotin é sobrenome difícil de soletrar até no computador. Ella gastou quase um cartucho inteiro de tinta para imprimir o flyer que valia o ingresso no local.

Com seu modelito amarelo canário e sua echarpe azul anil, Ella saiu saltitante pelas ruas se achando patriotíssima e quase brasileira de nascimento (ou de "nascência" ui!). No meio do caminho, amiga Nath liga para o téléphone mobile de Ella dizendo que acabaram os ingressos, que todas as amigas já haviam adquirido com antecedência e Ella não.

Ella pensa: "sou quase brasileira, vou dar um jeitinho de entrar quando chegar à bilheteria". Não houve jeitinho nem jeitão. Ella se enfureceu mas teve que colocar seu formoso "pettit cul" ou rabinho entre suas torneadas pernas e rumar de volta a seu Chatêau.

Daí começa o inferno: Ella andou da Lapa à Central do Brasil no meio de uma multidão verde amarela saindo enlouquecida do trabalho pra encher a cara em algum lugar. A vontade era de enfiar cada corneta, cada vuvuzela e cada buzina estridente no pavilhão reto furicular de seus donos. O engarrafamento para sair do centro da cidade maravilhosa para qualquer outro lugar era semelhante a uma fuga em massa de algum tornado iminente. Um bando de refugiados do serviço.

Não é preciso dizer onde Ella passou o primeiro tempo do jogo né? Dentro de um coletivo, apertando os olhos que nem uma norte coreana para enxergar a TV no celular de um outro passageiro. Só faltou a cervejinha e os petiscos dentro do ônibus para a concorrida TV do rapaz prevenido. Sorte que não saiu gol nesse período, se não Ella era capaz de tomar a TV da mão do moço...

Ella estreou mal na Copa, quase tão mal quanto a miserinha de gols da Seleção...