quinta-feira, 29 de abril de 2010

Too much


Tudo que é demais enjoa. Até amor demais sufoca não é mesmo? Que dirá aquela gente que exagera em tudo. Ella hoje faz campanha à simplicidade. Ok, ok, Ella ama um luxinho, um conforto e umas frescurinhas adicionais, mas pede hoje um pouco menos de excessos.

Sabe aquela mulherada que esquece que Botox tem limite e fica sem expressão? Ou ainda o excesso de preenchimento labial que faz a pretendente a Angelina Jolie parecer que teve a boca atacada por abelhas africanas? Pois é a esta classe de gente que Ella se refere. Essa gente que acha que maquiagem demais favorece e mete uma sombra preta com cílios postiços de manhã:basiquinhas...

A galera que abusa dos postiços também assusta Ella. Aquelas unhas de Alcione enoooooormes(e decoradas) devem atrapalhar a higiene íntima, não é não? Cada lavadinha deve colher material pro Papanicolau...Cabelo postiço em excesso também. Uns "lenghts" pra alongar são ótimos, mas pro povo que não cuida e deixa os nozinhos à mostra ou raiz crescendo demais, melhor ficar careca!

Ella tem pânico mesmo é das mega plastificadas. Peitinhos? Lindos! 600 ml em cada prótese ? Trevas!Ella acha sacanagem quando a bunda é postiça porque considera concorrência desleal. Aí lipa aqui, estica lá e nós, as totalmente zero-bala, originais de fábrica ficamos com jeitão de carro velho, modelo antigo.

Certamente as über saradas têm seu valor, afinal ter disciplina monástica para acordar 5 da manhã no frio pra uma aula de local, emendar com 2 horas de aeróbico, uma série de musculação com seu personal e yoga "beeeeem forte" é para poucas (rola até uma disputa interna pra quem consegue colocar mais caneleiras em uma perna só!?). E elas fazem tudo isso só com frango grelhado e alface! Mas a que horas esse povo trabalha ou se diverte?

As "too-much" perdem o prumo, o senso e a direção. São as mulheres que unem todas as categorias acima numa única mulher-robô que deseja a perfeição e que consegue resultados, no mínimo, artificiais. Criam um vicioso círculo de "características indispensáveis" para sermos mulheres minimamente desejáveis.

Ella apóia incondicionalmente correçõezinhas, ajustes e retoques. Mas se você não nasceu com a carinha, o porte e o corpo de Nicole Kidman baby, morra e nasça de novo!Seja você: melhor, mas natural. Caso contrário você corre o risco de ficar com a cara da Angela Bismarck...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Tesão contra a Hipertensão!


Ella detesta política e políticos, mas precisa comentar a posição ativa (com trocadilhos, por favor) do Ministro da Saúde José Gomes Temporão. O ministro recomendou sexo para prevenir hipertensão! Palmas para ele meninas! Recomendação médica! Temos que seguir!

Mas Ella se preocupa muito com as amigas que não têm acesso a esta vacina milagrosa. As amigas que não trepam vão ter de morrer de infarto ou de AVC? Como assim? Ella se revolta contra essa injustiça social! O governo precisa fazer alguma coisa!

Ella sugere uma campanha de vacinação semelhante à da H1N1. Que tal, se nos postos de saúde tivermos rapazes lindos, vestidos de médico e prontos para aplicar uma injeçãozinha nas moças? Aposto que a campanha ia ser um sucesso! Ia bombar (com trocadilhos, muitos trocadilhos!)! Tudo bem que o Zé Gotinha já é bem sugestivo, mas a campanha podia ter o Zé Porrinha alegrando as amiguinhas . As faixas de atendimentos cobririam: solteirinhas sem ninguém, solteironas há muito tempo, viúvas carentes e comprometidas insatisfeitas com o serviço de seus parceiros. Podiam fazer umas UPAs (Unidade de Pegação Ambulatoriais) especiais com macas redondas e espelho no teto, luz indireta e Marvin Gaye cantando "Sexual Healing" (pra quem não sabe, quer dizer Cura Sexual - O Marvin Gaye era um homem à frente de seu tempo!) .

Mas a campanha uma vez por ano não resolverá esse grave problema de saúde pública! E Ella recomenda o Bolsa Sexo, que beneficiará milhares de amigas durante todo mês, não deixando faltar a trepadinha terapêutica pelo menos 3 vezes por semana. Basta comprovar a carência sexual com uma testemunha que ateste sua privação, seu desespero e sua pouca alegria de viver.

Ella não pensou nunca em entrar para a política, mas se a campanha vingar, Ella será a primeira Presidente eleita no Brasil. Ella está convencida que nunca antes na história desses país teremos mulheres tão felizes!

Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=GVTN5o9Kgu8

Ella é a Margarida Donald!


Meninas, Ella está dodói. Como todas sabem, uma lady não tem esse direito. Deve manter-se firme mesmo que seu nariz esteja escorrendo e que um ataque de tosse digno de um buldogue lhe acometa em público. Mas o pior aconteceu: Ella está afônica! Imaginem! Calar esta linda voz aveludada, este primor melódico que sai da garganta de Ella. Hoje Ella está com a voz de Margarida Donald.

Ella tenta disfarçar usando lencinhos com o monograma da Hérmes e um gargarejo caseiro ensinado por Madonna, mas não tem jeito. Fungar é verbo proibido no dicionário glam e as secreções de uma lady não são mais bonitas que as do garoto catarrento da favela.

Ella preencheu as olheiras com seu corretivo Shiseido e tentou trabalhar, mas foi motivo de chacota em qualquer lugar que abrisse a boca. Todos, invariavelmente, perguntavam: "O que houve com a sua voz?". Ora, ora, dava vontade de responder: "Nada, estou tentando uma vaga de dubladora do Pato Donald". Fora que tossir feito uma tuberculosa a cada 10 segundos dentro de um coletivo faz com que Ella se sinta uma "persona non grata"...todos olham com aquele olhar de nojo e horror como se tivéssemos culpa de estar com aquela gripe "porquina".

Para evitar contágios, Ella resolveu ficar hoje de cama. Sim, há um lindo dossel sobre a cama de seu quarto ensolarado de decoração inspirada na Provence. E embora os tons de menta e lavanda sejam revigorantes, Ella está com uma asma de dar inveja aos gatos de rua.

Ella adora sua caminha, mas prefere estar acompanhada de um lindo rapaz ao invés de uma caixinha de lenços de papel e de um vidro de xarope. Aliás, já leram o rótulo de xarope? Tem uma substância chamada Ambroxol..será que deixa a gente broxa? Ai meu Deus, só faltava essa!Vou correndo tomar minha vacina H1 N1!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Saudades


E aí meninas? Morreram de saudades de Ella? Pois Ella morreu de saudades de vocês! Ella sofre muito de saudadite aguda. Ella tem saudades de quase tudo, ou de tudo que é bom pelo menos.

Ella tem saudades "daquele tempo". Daquele tempo em que não se tinha saudades de nada, sabe? Porque quando se é criança, você só sente dois tipos de saudades: das férias quando está em aula, e da escola quando está de férias (nem era bem da escola, mas da farra social que a envolvia). No máximo, Ella tinha saudades de tomar picolé de groselha ou da praia que era longe.

Ella tem saudades de quando chegava em casa na hora do almoço e hibernava a tarde toda e só acordava pra ver Barrados no Baile, sem compromisso nenhum que não fosse dar conta de uma apostila de Biologia ou História. Ella se lembra de quando tinha tempo e falava horas no telefone com as amigas sem se preocupar com a conta no fim do mês (mas Ella se preocupava com a bronca de Mamãe quando os "impulsos" chegavam).

E comer sem preocupação? Vocês se lembram o sabor de uma barra de 200 g de Galak ou de 1 pacotão de pipoca doce sem a tabela de calorias e gorduras trans? Se lembram quando escolher a comida era só pelo sabor e não pelo valor energético? Ou lembram como era delicioso brincar de "pique"? A gente corria, corria, corria sem ligar pra dor no joelho ou na coluna e sem ficar preocupada se ia conseguir queimar o pacote de biscoito recheado. Se bobear, corríamos uma maratona numa tarde...brincando!

A preocupação com violência era só com estupradores. Mas como andávamos em grupo, a possibilidade diminuía. Nada de assaltos violentérrimos e balas perdidas. Namorar no carro sempre foi perigoso, mas a gente fazia assim mesmo porque era gostoso e era só escolher um lugar "adequado".Hoje, ir para o trabalho e ficar em casa preocupam do mesmo jeito. A qualquer hora podemos ser um alvo de insanos drogados e desumanos. É pra ter saudades de ter paz...

Saudades de não ter que saber quanto custa um litro de leite ou o preço do aluguel exorbitante de um cafofo. Saudades de não se preocupar se a casa está suja ou o que terá que fazer pro jantar. Saudades de ter tudo na mão e só batalhar pra passar de ano...

Conforme o tempo passa, ter saudades vai ficando mais comum. Vamos perdendo pessoas ao longo do caminho e os momentos bons parecem rarear tamanha a quantidade de compromissos e aborrecimentos que a vida adulta nos impinge. Será que saudades são sinônimos de lembranças boas em quantidade? Ou de avanço de idade? Ella espera que seja a primeira opção, porque se for a segunda, Ella já tem 100 anos...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Paraíso!



Gente! Ella arranjou um 3 G! O paraíso está completo! Imaginem um lugar com uma vista linda, linda mesmo, linda daquelas de revistas de viagem. Agora imaginem a paz. Sim, aquela que você deseja enquanto está presa no meio de um engarrafamento de buzinadas intermináveis. Imaginem um ar puro. Desses capazes de desobstruir seus pulmões de todo e qualquer resquício de monóxido de carbono que possa ter passado por suas vias respiratórias. Pois Ella está estranhando tudo isso.

A vista linda traz a Ella a sensação de que beleza, de fato, é fundamental. De que não podemos nos contentar com lixos à mostra, paisagens desarmônicas, cacarecos velhos pelas ruas. A beleza acostuma mal, faz com que tenhamos desejo de manter tudo ao nosso redor mais equilibrado. Ella já está pensando em fazer uma reforminha básica no ambiente a seu redor. Tudo muito simples: um jardim suspenso, umas pátinas em 16 janelas e uma parede de pedras São Tomé para fortalecer o aspecto rústico que deseja...

O silêncio é ensurdecedor. Faz com que mais profundo som de consciência venha à tona. E nem sempre ele traz coisas muito simples de ouvir. Escutar o som de sua própria respiração pode ser tão assustador quanto o desconhecido som do vento nas árvores. E mostra o quão pouco acostumada a se ouvir Ella está. Ella só ouve a parte do cérebro que diz: “compre essa blusa, compre essa calça, fique magra, não se apaixone por esse crápula”.

O ar é de uma leveza tal que se Ella respirar mais fundo sairá voando feito a Mary Poppins. Dá uma sensação de desintoxicação ou quase um Rehab de impurezas. Ella jura que se ficar um mês respirando esse oxigênio voltará dez anos mais jovem.

A água do lugar também pode funcionar como Botox natural. Afinal, amigas, uma pancada de água de nascente batendo gelada em sua pele dá aquele efeito “lifting” que pagamos tão caro para conseguir nos potinhos de creme. Fora a limpada na aura né? Ou será que tem olho gordo, urucubaca ou mandinga que fiquem impunes às força da natureza?

E esse verde? Esses tons de azul? Meninas, não há estilista que copie essa harmonia e esse matiz. Não há artista que consiga equilibrar cor, forma e conteúdo com tanta magnitude e maestria. Só mesmo o Estilista Chefe lá de cima...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Feriado Prolongado



Meus amores, Ella vai viajar. Passará uma semana na Provence comendo queijos maravilhosos e tomando vinhos aromáticos com seu príncipe encantado. Portanto, as amigas ficarão até sábado sem textos de Ella. Sim, no Hotel charmosíssimo que reservamos há wireless, mas Ella acha que não combina laptop e viagem romântica.

Ella está colocando em suas malas LV suas roupas impecáveis e suas botas de montaria para cavalgar pelos prados verdejantes. O sobretudo já está sobre a cama e seus óculos Chanel enormes para cobrir as olheiras das horas cansativas de vôo da Air France, reservados.

Chegaremos a Paris em plena Primavera! Passaremos a primeira noite na capital francesa. Combinamos um passeio pelo Siena no Bateau-Mouche antes do jantar. Ella, embora seja uma viajante e não uma turista, não resiste à luminosidade da Torre Eiffel e se arrepia ao passear pelos Champs Elysées.

Na manhã seguinte, após croissants quentes e café au lait, partiremos num MP Lafer de capota arriada. Ella amarrará um elegante lenço na cabeça para esvoaçá-lo pela estrada rumo à Provence (Ella também traz um "quê" de Grace Kelly).

Chegando a St. Remy de Provence, passearemos nas feiras medievais para comprarmos azeitonas e baguettes frescas para nosso piquenique. O amado de Ella estenderá uma toalha xadrez nos campos de lavanda e abrirá um champagne enquanto apreciamos o pôr-do-sol...Será uma semana sensacional,não acham? Morra de inveja de Ella!

Daí Ella acordou e começou a traduzir o texto acima:

Ficará em sua casa de praia meeeeeeeega "rústica" - sinônimo de casa sem muitos confortos - mas com vista linda de verdade. E não tem 3 G que pegue na casa!

Está colocando em sua mochila de nylon meia dúzia de peças de roupas nada glamourosas porque não tem nem pra quem mostrar os modelos. Levará biquínis e moletons para se aquecer do friozinho (não, não tem lareira na casa de Ella!).

Pegará a estrada de tênis e jeans e prevê um engarrafamento de horas na Rio-Santos (um estrada sinuosa como a que leva à Provence,viram? Tem semelhanças!) em seu carro não-conversível (mas pago religiosamente em dia!). Comprará pelo caminho Biscoitos Globo para aplacar a larica de viagem, ao invés de baguettes-glamour.

Preparará sua própria comida ao invés de se deliciar em bistrôs de charme. Os queijos franceses serão trocados por um queijinho-minas pra não sair da dieta. Quanto ao vinho, não será o rosé da Provence. No entanto, Ella também não se abaixa por "Sangué de bois" ou " San Roqué", faça-me o favor! Ella sabe beber!
De tudo, a única coisa verdadeira é que o pão, pelo menos, será francês!

domingo, 18 de abril de 2010

Fugindo das aulas de Educação Física


Ella sempre foi preguiçosa e fugia das aulas de Educação Física como diabo foge da cruz. Simulava desde uma torção no pé até um cisco no olho para evitar todo e qualquer esforço físico.Para piorar, nunca levou muito jeito para esportes ou qualquer atividade que demandasse coordenação motora, controle ou mira. Era uma nerd clássica.

Papai matriculou Ella no ballet. De collant, sapatilha, sainha e polainas, Ella destoava das demais coleguinhas pequenas e alongadas. Ella tinha a graciosidade de um polvo epilético e a leveza de um hipopótamo mirim. Enquanto todas iam para direita, Ella descambava para esquerda. Pliê? Demi Plié? Grand Plié? Relevé? Fermé? Elevé? Ella só aprendeu o Tombé á Terré (ou tombo no chão mesmo).

Já que coordenação fina não era a sua, Ella tentou ginástica de solo. Só tinha um empecilho: ter que fazer cambalhotas e estrelas. Ella não acertava uma e sentia arrepios só de ver o cavalete. Se pudesse, deitaria e dormiria no colchão do ginásio de esportes.

Pela altura de Ella, recomendaram o basquete e o vôlei. Mas Ella tinha pavor de boladas e sempre achou tudo muito violento. Era sempre a última a ser escalada nos times porque se escondia sob a arquibancada pra ver se a esqueciam. Até acharam que Ella seria uma excelente goleira de handebol. Há! Ella se defendia como podia daquela saraivada de bolas e não entendia porque tanto ódio no olhar das adversárias. Ella tinha tanto medo de uma bola pesada daquelas pegar seu peito ou arrancar-lhe um dente que gritava desesperadamente antes do ataque. Funcionava. O inimigo se desconcentrava e errava o gol. Ella era uma goleira de muita sorte mesmo!

Fora o risco das boladas ou de uma queda nesses jogos perigosíssimos, Ella sempre odiou perder. Derrotas nunca estiveram no dicionário de Ella, que decidiu não competir nem em cuspe à distância ou em em jogo de queimada. Preferia desafios mentais.

No entanto, amigas, a idade chega para todas e começou a pior das disputas: de um lado a preguiça e, de outro, a queda vertiginosa da bunda. E Ella começou a correr contra o tempo e inscreveu-se em sua primeira corrida de rua.

Paramentou-se toda com shorts especiais, top segura-peito, tênis apropriado, frequencímetro e uma viseira que lhe deixara a cara de Barbie tenista. Só não contava com um calor de rachar. Também não contava que velhinhos e deficientes lhe ultrapassariam com tanta facilidade. De vez em quando, olhava para trás pra conferir que não seria a última a chegar. Ella ficou aliviada quando viu uma ambulância por perto, mas pensou que não seria muito digno cruzar a linha de chegada numa maca. Respirou fundo, apressou o passo, ganhou sua medalha e prometeu nunca mais faltar às aulas de Educação Física.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Você já é uma mocinha!


"Você já é uma mocinha" é aquela frase que todas nós ouvimos para sermos repreendidas de forma suave contra algumas reações instintivas que nos fazem, às vezes, esquecer de sentar de pernas fechadas e de não falar com a boca cheia. Pois bem, crescemos e algumas das ações corriqueiras e normais de um ser humano passam a ser feias, proibidas e muito inconvenientes.

Ella não quer falar de escatologia, mas abordará um assunto grave e que pode (isola! bate na madeira!) acontecer com qualquer uma de nós. Soltar um pum acidental na frente do namorado novo, por exemplo. Quem está livre de sofrer os efeitos daquele brócolis do almoço e se encher de gases? Uma amiga de Ella contou, num relato tristíssimo, que se contorceu de dor durante um fim de semana inteiro com as bolhas de ar passeando em sua barriga para não soltá-las na frente do namorado novo. Simulou até um infarto do miocárdio para não dizer a palavra feia: "gases". Tinha medo de dar "aquela espremidinha" ou aquela "levantadinha" da cadeira e escapassem um cheiro ou um barulho que denunciassem seu "ataque cardíaco". Até explicou pro cara que Luftal Max era remédio para taquicardia.

O problema da pressão pós Coca Zero é inevitável. O gás extra se desprende de seu corpo e você quase morre engasgada para não arrotar (ou eructar, para ser mais fina). Ella não faz apologia aos maus modos, mas certas coisas fogem de nosso controle e, mesmo assim, temos que pedir perdão e faltamos morrer por essas pegadinhas do organismo.

Mulheres, ou sua imensa maioria, não vão ao banheiro em qualquer lugar por razões óbvias. O número 1 tem solução, ainda mais para aquelas amigas que gostam de uns choppinhos e não conseguem MESMO segurar a onda (atenção! Ella acha feio e tem pavor de meninas que fazem pipi na rua, imitando os meninos-porquinhos. Se não tem banheiro ou vai dirigir, não beba!). Ella não consegue nem a mais corriqueira das práticas praianas: fazer xixi no mar. Cada ondinha desconcentra Ella e nada acontece.

No entanto, o número 2 é o que há de pior para se fazer fora de seu sacrossanto banheiro de casa. Não tem papel em 90% das vezes e em 100% nenhum chuveirinho. Mas fazer isso na casa de seu amado é fora de cogitação. Ele pode descobrir que você não come flores e sua demora vai denunciar seu "grande crime". Esse tipo de situação faz uma mulher desenvolver uma constipação crônica que nem Activia, Almeida Prado 46, Ducolax e reza braba resolvem.
Mas e quando foi a feijoada no calor que chamou o número 2 a público? Quando vem aquela cólica insuportável e suas alças intestinais parecem dar um nó? Aí, minhas caras, não tem jeito, a máscara cai e vão descobrir seu horrível segredo: você é humana e faz cocô. Para as amigas constrangidas, uma caixinha de fósforos na bolsa para abafar o rastro sempre resolve.

Se você ronca ou baba no travesseiro ou fala dormindo (ou os três juntos), teoricamente, não poderia dormir acompanhada de alguém com pretensões mínimas de relacionamento. Ella tem uma tática: antes do fim do estágio comprobatório do namoro, Ella não dorme. Ella vigia o sono. Ella no máximo cochila deitada de lado para não roncar e ajeita as mãos ao lado da boca para não babar. Certa vez, Ella roncou, e roncou tão alto que seu companheiro deu-lhe um cutucão. O companheiro queria certificar-se que era Ella mesmo e não a princesa Fiona do Shrek, a ogra.

Ladies também se resfriam. E fungam de forma vergonhosa e imperdoável. E como você é uma mocinha, não pode tossir e expor seus pulmões ao ridículo. Imaginem se todos souberem que suas mucosas produzem secreções! Que horror (tsc,tsc,tsc)!

Ella sempre pede às amigas que avisem se algo estiver fora dos padrões, como aquela folhinha de alface no dente, um hálito desagradável, um desodorante vencido pelo calor ou uma sujeirinha no nariz. Não custa nada aplacar (discretamente) o constrangimento de alguém que é humano.

Monsieur Perfeito


Cartinha de Demoiselle Peureaux, de Nice, França.

Cara Ella, Monsieur Pretentieux estava dando mole lá no site de relacionamentos (onde já soube que a senhorita freqüentava). Escrevi pra ele há muito tempo atrás e ele teve a “bondade” de me escrever (depois de uns meses ou depois de zero opções).
Uma das coisas que eu deveria ter aprendido nesse site é que se o cara está lá há muito tempo, há três chances: ou ele é ruim demais pra pegar mulher ao vivo ou usa o site pra pegar a maior quantidade de mulherzinha de cara boa em curto espaço de tempo ou é profissional querendo uma mamata de otária desesperada.

Voltando ao Monsieur Pretentieux, nos falamos rapidamente num horário de almoço pelo MSN. Como não caio mais nessa de foto bonita, imaginei o cara da foto 20 anos depois. O papo foi ótimo(fora que para ser um engenheiro, o cara não cometeu um único erro de português durante toda a conversa!), foi um prazer conversar, muitas compatibilidades... e só deu nisso.

2 dias depois,no encontramos de novo no MSN, e o cara ligou a câmera. Pronto. O cara era melhor que na foto. Aparentava muito menos idade ( ou ele tomava banho de formol ou era profissional do sexo pra se conservar assim. Casado não podia ser, porque casamento acaba com o homem...). Trocamos telefone e marcamos um encontro pras 21 h. Às 18h, o cara liga dizendo que se atrasaria, mas que eu não saísse de casa enquanto ele não ligasse. Ele não ligou. Eu liguei. Telefone desligado...”tá com outra”, pensei imediatamente. Fiquei possessa e apaguei o telefone do celular, claro.

Day after, o cara liga dizendo que a bateria dele acabou, blá,blá,blá. Não engoli (podia ter colocado nem uma mensagem off no MSN pra se desculpar...),mas topei jantar.

Lá chegando, me deparei com um cara alto, gato, sorriso lindo, solteiro (sic), sem filhos (sic), inteligente e com cara de pegava bem. Esqueci até o bolo que ele me deu na véspera. Comecei a acreditar em milagres. Soube conduzir uma dama até o carro e dar uns amassos de enlouquecer. Pra variar, a depilação estava vencida (como só fazemos depilação quando vamos à praia ou quando há sexo freqüente e ambas estavam fora de meus planos,não sucumbi aos amassos). Disque sexo perdeu pro telefonema pós- encontro. 2 torpedinhos calientes (respondidos à altura) nos 2 dias seguintes e mais nada. 2 dias de silêncio.

No 3º dia (tipo aquela oração do Credo: “Ressuscitou ao 3º dia, subiu aos céus...), apareceu no MSN de manhã cedo: “Você sumiu...não me quer mais?”. Como assim cara-pálida? Eu quero muito, to me preparando há dias! – pensei, não falei. Não contei que fiz depilação, unha, cabelo, fui à praia reforçar a marquinha do biquini, corri 3 maratonas, botei 300 kg no leg press pra deixar a bunda dura e tomei sopa 2 dias pra barriga ficar chapada esperando uma ligadinha...

Monsieur Pretentieux me manda a letra: ”Eu trabalhei de madrugada, cheguei em casa agora e vou dormir. Vem me acordar depois das 17 horas? Ia adorar ser acordado por você...”. Pensei cá comigo: “Que ótimo! O cara me quer!” Ooops! “ Vou me produzir toda pra dar pra um cara pela primeira vez e encontrar um homem levantando da cama, descabelado e de cara amassada! Tudo bem, que rola aquela ereçãozinha básica de quando se acorda, mas podia ter dado uma disfarçada, tipo: “Vamos ao cinema ou vamos comer cachorro-quente na esquina?”. Podia mandar um “Te pego a que horas?”.

Peraí, peraí, peraí...eu só vi esse cara uma vez! Ele não me ligou nenhuma vez depois de ter me encontrado. Por algum milagre do destino, nos cruzamos num sábado de manhã no MSN. E se eu chego lá e tem 5 caras esperando pra me comer? E se o cara depois de tudo, às oito da noite fala assim: “Bem, gata, foi ótimo, mas agora tenho que ver minha namorada porque hoje é sábado”? Ou pior: “Tu me deve R$300,00 pelo serviço”....Na melhor das hipóteses o cara queria um delivery. E delivery a gente paga né não?

Esse discurso do último parágrafo foi do anjinho me falando no ouvido. O diabinho só falava uma coisa: “Dá pra ele boba...vai lá, tu tá com vontade, o que é que tem? Tu é uma mulher moderna, tá com medo de quê? Tu num é de ter medo de seus desejos...”. Mandei o diabinho à merda dessa vez. O anjinho tinha mais argumentos que minha carência.

Tudo bem, ele era um gato e mandava bem na pegada, mas o resto todo podia ser mentira. Com aquela lábia toda e aquela estampa de modelo de perfume francês, devia ter uma oferta grande de despertadoras-delivery, loucas pra terem uma noite de sexo com um cara aparentemente perfeito a qualquer preço.
Perfeito? Não para Demoseille Peureaux! O Perfeito vai me seduzir, me conquistar, me proteger, ser realmente cavalheiro comigo, me fazer sentir especial. Vai me pegar em casa, me levar pra jantar (e olha que nem me importo de dividir conta...). Mesmo que o destino final seja sempre um só, o meio é o que conta mais pontos para o ICP (Índice Cara Perfeito). Felizmente, depois de toda terapia e todas as ciladas anteriores, descobri que é preciso mais esforço e cavalheirismo pra me ter do lado. E fora que não quero um homem todo-todo uma vez só... Ou é a vida inteira ou nada...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Guardando o amor

Amigas românticas, texto de uma amiga de Ella que tem o codinome de Sensement e alimenta um blog com este nome. Como ontem foi dia do beijo e Ella não prestou esta homenagem justíssima, aí vai:

Amor, estou guardando você aqui dentro onde está quente e seguro. Não quero expô-lo a olhares cobiçosos ou invejosos, tampouco deixá-lo à mostra nesse mundo tão pouco amistoso.

Quero que se sinta à vontade, de pés descalços e sem amarras, que passeie por dentro de mim como quem explora um mundo novo. Que queira saber de tudo, aqui onde tudo é novidade. Quero que abra as janelas e respire o ar puro que vem de fora. Quero que destampe as panelas e se apeteça ao ver o que preparei para alimentá-lo.

Vou banhá-lo em água tépida e perfumá-lo com meu cheiro, e depois envolvê-lo com toalhas gigantes, onde caibam meus abraços.

Amor, reservei para você o melhor vinho para embriagá-lo e chocolates para adoçar sua boca. Porei sua música favorita para tirá-lo para dançar. E quando estiver exausto, vou cobri-lo com lençóis macios e ajeitar os travesseiros para acomodar sua cabeça enquanto lhe faço cafuné.

Velarei seu sono para que você descanse. Zelarei por sua integridade com doses fartas de carinho e atenção. Farei do meu coração um lugar de aconchego e de desvelo cuidando para que nada lhe falte: nem paixão, nem beleza, nem desejo. E que você reconheça sempre em mim, como sendo seu lugar.

O que tem dentro dessa bolsa?


Ella é um molusco. Ella carrega sua casa nas costas, quer dizer, pendurada no ombro. Ella é um caracol.

Lembram da bolsa do Gato Félix? Aquela que tinha tudo dentro? É igual à bolsa de Ella! Ella só não leva fogão e geladeira porque pesam demais. Fora isso, podem procurar...Ella tem na bolsa! Se bobear, vocês encontram até 1 kg de farinha de trigo na bolsa de Ella.

Na verdade, quando Ella sai de casa para trabalhar, parece que está indo passar uns dias fora. Bolsa, pasta de trabalho e mala de ginástica. Sorte quando vai trabalhar de carro (que aliás, pode ser sua casa também, tamanha a quantidade de tralhas que habitam lá). Mas, se é um dia de enfrentar um ônibus, dá várias bolsadas na cabeça de quem já está lá sentado.

Isso deve ser patológico ou deve advir de um trauma nômade de vidas passadas.Um medo sem fim de que algo lhe falte ao longo do dia. É necessário um kit de sobrevivência para passar o dia. Água? Tem. Comida? Tem também. Barras de cereais que deixam farelos ou frutas que ficam moles e dão formiga na bolsa de Ella.

Mas um kit de sobrevivência precisa incluir um grampeador e várias canetas e lápis?
Precisa levar um chaveiro de dar inveja a São Pedro que tem todas as chaves do céu?
É necessário uma necessáire com 2 tipos de rímel e 3 qualidades de batom?

Ella traz ainda: Neosaldina para aquele aborrecimento extra, absorvente, bloco de anotações, creminho de mãos,lencinhos de papel, lencinho íntimo (para tirar o cheiro "feminino" no meio do dia), Tridents para aquele bafo eventual, agenda (sim, Ella gosta de agenda de papel porque gosta de escrever e os dados não se perdem como no celular e no palm), celular, guarda-chuva, óculos de sol, casaquinho....aff!
Soma-se a isso uma calcinha extra (e bonita né? sabe-se lá...).

Bolsas são elos perdidos. Ella acha que bolsa de mulher tem um fundo falso pra sacanear a gente. Se você consegue achar seu celular tocando dentro da bolsa antes da pessoa desistir. Parabéns! Se você consegue achar as chaves do carro antes de espalhar tudo sobre o capô. Você está com sorte! Mas se você consegue achar o cartão de estacionamento do shopping em menos de 2 minutos. Você é uma heroína espetacular! Ella costuma achar mesmo é papel de bala, recibo de loja, papéizinhos insuportáveis de cartão de crédito...Periga até sair um rato morto lá de dentro!

Ella inveja os homens: carteira, celular e chaves. Só. E se bobearmos, ainda vão pras nossas amadas bolsinhas.E por falar em bolsinha, Ella tem que se render às bolsas mini ou carteiras estilosas pra noite. Aí, amigas, carteirinha do plano de saúde, gloss,documentos do carro, carteira de motorista, celular, dinheiro e...a sensação de que vai faltar alguma coisa...

domingo, 11 de abril de 2010

O lado obscuro do nosso ser


Admita! Confesse! Todas têm um lado obscuro, aquela faceta que não pode revelar a ninguém, nem ao espelho. Aquele seu gostinho duvidoso, aquele escorregão cultural, aquela folheadinha na revista de fofocas do salão. Renda-se! Você tem um lado cafoninha!

Ella não conhece ninguém que acompanhe uma novela e assuma. Quer dizer, só as do Manoel Carlos porque são “puro glam” e se passam em Búzios e no Leblon. Daí pode porque é chique. Mas Ella conhece (ah se conhece!) uma galerinha que vê “Bela, a Feia” (a mesma galera que se amarrava na versão original-trash-mexicana “Betty, a Feia”).

Ok, você viu “Chispita”, “Chiquititas”, “A Ursupadora”, “Esmeralda”, ”Topázio”? Você se inspirou em “Eu não acredito nos homens?” ou quis se vender em “Eu compro essa mulher” e ainda teve curiosidade em saber qual era o "Café com aroma de mulher"? Ella jura que não vai rir. Mas se você acompanha a carreira de Thalia na seqüência “Maria Mercedes”, “Marimar” e “Maria do Bairro”, ai amiga, desculpe, Ella corta os laços com você!

Se você vê Luciana Gimenez, “Casos de Família”, Wagner Montes e Marcia Goldsmith... bem, vamos mudar de assunto né? Você não é amiga de Ella...

Ella tem amigas de muito bom gosto musical que escorregam de forma vexaminosa e gostam de um grupo de pagode chamado “Sorriso Maroto”,que só pelo nome, Ella tem vontade de chorar.
Ella respeita antiguidades e não fala mal de Fabio Jr. e de Roupa Nova (ok, Ella adora o Roupa Nova, falei!). Vejamos a cena pelo ângulo de fora: Você lá, na platéia, gritando: “E se um grande prazer rola pelo aaaaaaaaaaaaaaar, brilhante como uma estrela...” Ai que medo!!!!!!
Como é? Você dança “Rebolation”, gosta de “Calcinha Preta”, de “Calypso” e de duplas sertanejas? Não conte a ninguém tá? Fica só entre você e você mesma.

Ella não lê "Caras". Não tem o que ler! Só tem figurinhas! É tipo revista-muda, como cinema-mudo. E mesmo que você não queira ver, vai ficar na sala de espera do consultório do dentista fazendo o quê? Ler "Caras", "Contigo" e "Quem?"!Pelo menos os cenários das fotos são glamurosos e dá pra copiar uns figurinos. Mas no salão de beleza o nível tende a cair, e você está sujeita a ler “Malu” e “Minha Novela” (nessas revistas você pode aprender uma simpatia para arranjar namorado e a fazer um rocambole de carne moída).

Leitura boa mesmo são daqueles jornaizinhos de R$0,50. Antigamente eles eram sanguinolentos, mostravam presuntos ainda fresquinhos na vala, mas agora partiram pro apelo sexual e colocam manchetes sugestivas: “Foi pego com a boca na botija...”. Valha-me Nosso Senhor Jesus! Só tem um problema: nossos olhos curiosos colam nessas baixarias do vendedor de jornais do sinal!

Todo mundo tem seu lado B, B de brega. Ella admite que tem os seus pecados , mas não venha à frente de Ella com sutiã aparecendo (de propósito), barriga de fora com piercing à mostra (de propósito), mil brilhos às 7 da manhã, perfume “Poison” de Dior com maquiagem carregada bem cedinho, sandália de acrílico e vestida de oncinha ou de rosa dos pés à cabeça. Ella não poupa quem afronta sua vista.

sábado, 10 de abril de 2010

Mexerico recolhido


Para quem não conhece a expressão, "mexerico recolhido" é aquela fofoca que você ainda não sabe, que todo mundo sabe, que você sabe que vai saber, mas enquanto você não souber, vai roer seus cotovelos.

Ella não gosta de fofoca. Tá bem, gosta só um pouquinho, mas daquelas fofocas simplezinhas que não atacam a honra de ninguém e nem provocam disse-me-disse ou acabam relações.

Ella estuda Cabala e eles chama a fofoca e toda maledicência de "lashon hará". O mestre de Cabala explicou que todo "lashon hará" dito, por mais inocentezinho que seja, traz alguma carga negativa que não faz bem a quem profere, a quem ouve e para o delatado. E ainda passou um exercício para casa: "Fiquem uma semana sem falar mal de alguém". Puxa vida, amigas! Que semana mais difícil foi aquela! Ella ficou tensa tentando evitar veneninhos e pequenos comentários, e percebeu uma coisa terrível: grande parte das conversas que ouvia, alguém falava de alguém. E Ella ficou muda uma semana.

Quando achou que tinha passado bem pela tarefa, um exercício mais difícil: "Quando ouvir alguém falando algo de outrém, saia de perto" (puxa vida, seu mestre, tá dificultando meeeeeesmo o processo da minha evolução espiritual!). Daí, amigas, Ella ficou uma semana de mexerico recolhido. Na verdade, Ella quase teve que subir uma montanha e ficar lá em cima meditando, longe das línguas alheias e com seu ouvidinho bem fechado.

Como não ouvir? TV, jornais, rádios e revistas sobrevivem disso! Como evitar de comentar a opção sexual do Rick Martin,o novo namorado da Susana Vieira e o último escândalo da Amy Whinehouse? A verdade, é que a gente se acostumou a se divertir com a miséria e o glamour alheios e a se distrair com a vulnerabilidade humana (vide o sucesso do programa-buraco-da-fechadura, o tal do BBB). Daí, amigas de Ella, a gente esquece de olhar pro nosso rabinho, já que a celulite da Claudia Leite é mais cara que a nossa.

Ella também fica atenta com aquela linguinha-de-trapo que fala mal de TODO mundo. Porque se fala de todos, vai fala de Ella também, afinal, por que Ella seria poupada? Só porque é linda, sexy, inteligente e divertida? Aí mesmo que vão querer arrumar um defeitinho em sua existência maravilhosa.

Daí Ella resolveu filtrar as fofocas, amigas. Fofoca? Só pra falar mal de desconhecidos nossos, mas famosos pra todo mundo, afinal, o que eles querem é isso mesmo. Mas Ella está cuidando para não deixar se propagar um fonema sequer sobre algum mal-vestido de suas relações ou qualquer caso amoroso escondido do próximo. É missão das mais difíceis e, por isso, Ella vai ficar algum tempo tentando manter seu mexerico recolhido.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Beleza Masculina - 8 ou 80



Ella recebeu protestos sobre a depilação masculina, meninas. Mas vejam bem, isso é a opinião isolada de Ella. Algumas podem achar lindo um homem que faz sobrancelha. Ella acha uó.

Ella acha que há uma “feminilização” masculina. O que os outros chamam de metrossexual, Ella chama de viadagem mesmo. Há um abismo entre vaidade masculina e competição conosco.

Há 2 grupos de homens: os que não ligam a mínima pra nada e os vaidosos. O primeiro grupo é aquele que só usa as roupas que ganha no aniversário e no Natal (não importa de que ano) e comete o acinte de vestir bermuda com sapato social sem meia. Outros ainda mais desqualificados para ser um macho d’Ella usam pochetes. Ella gostaria de fazer uma cartilha educativa que ensine que camisas de time de futebol NÃO vão qualquer lugar além das peladas de fim de semana. Custa vestir pelo menos uma camisa pólo?

No quesito cuidados mínimos, estes pequenos monstros reclamam de se barbear. Ella NUNCA se relacionou com NENHUM homem que não reclamasse disso. Ora, ora, eles só precisam se barbear, cortar as unhas, escovar (bem) os dentes, lavar os cabelos, passar um bom desodorante após o banho e um perfuminho de macho (Ella ama cheiro de homem...). Imaginem se tivessem que cumprir todo nosso extenso checklist de beleza diário! Reclamam de pagar R$10,00 num corte de cabelo! Imaginem se tivessem que pagar tintura, hidratação, corte, progressiva e manicure! Se um homem desses soubesse quanto se gasta em uma tardinha num salão, se mataria.

Ella não olha para rapazes com tufos de pêlos saindo pelas orelhas epelo nariz como se fossem pés de couve. Ella recomenda aqueles aparadores de pêlo de R$1,99 para a boa propagação do som no canal auditivo e para melhor respiração. Não há nada que corte mais tesão que unhas roídas. Há sim! Unhas grandes! Ella tem medo de pegar tétano numa acidental unhada.

O grupo dos vaidosos é dividido em dois: os saudavelmente vaidosos e os escrotamente narcisistas. Cuidar de seu corpo e fazer esportes é saudável e recomendável. Mas fazer flexão de braço sobre sua parceira, olhando para o espelho enquanto trepa, é o cúmulo da egotrip . Ella foge de abdomes rasgados, braços bombados e peitos depilados, como o diabo foge da cruz. Seus donos costumam ser críticos a qualquer furinho aparente nas pernas de suas amadas. Ella não se importa em dividir o filtro solar, mas partilhar a sua máscara de cílios e seu pó “bronzant” já é um pouco demais!

Outro exemplo do cuidado que vira “too-much” é pintar as unhas. Pelo amor de Deus! Façam as unhas, mas aquela base é execrável! Ella dispensa solenemente tinturas de cabelo em rapazes, porque sempre descambam pra um acaju inexistente na natureza. Mas Ella tem pânico mesmo é de homem que faz luzes no cabelo (só perde para aqueles bigodinhos oxigenados dos “Zé Pimba”).

Enfim, Ella ama o equilíbrio. Homem bem cuidado não é homem-boneco, tipo o Ken da Barbie. Uma barriguinha é até charmosa, mas aquela que não ultrapasse os limites da calça, ok? Cabelos e unhas cortadas, cheirosinho, arrumadinho é tudo de bom, mas não venha querer tirar casquinha da minha chapinha!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Depilação - Arrancando a alma pela raiz


Caras amigas de Ella,
Quem pode gostar de uma sessão de tortura e ainda pagar por isso? Pagar MUITO bem por isso e ainda fazê-lo, no mínimo, uma vez por mês? Só seres estranhamente masoquistas.

Começando de cima: sobrancelhas. Criou-se uma profissão importantíssima: a designer de sobrancelhas. Por que havia datilógrafas e não designers de sobrancelha? Por que Ella aparece em fotos de uns 15 anos atrás parecendo que tinha duas taturanas sobre os olhos? Por que havia “monocelhas” escandalosas por aí? Porque não existiam as designers de sobrancelha! Ella já fez com cera, com pinça e agora usa a tal linha iraquiana. Tudo dói igual, tudo dá crises de espirro em Ella e tudo faz o canal lacrimal de Ella transbordar.

Desçamos para o buço. Esses pêlos são tão desnecessários quanto o apêndice. Aquela sombra sobre seus lábios carnudos e sensuais acaba com qualquer batom Lancôme, amiga! Quando Ella era uma adolescente lusitana, parecia um leão marinho, uma morsa ou qualquer outro bicho desses bigodudos. Ainda bem que Ella não te “barbinha”, mas sente compaixão das amigas que têm pêlos por todo rosto e sofrem. Metam laser nesses indesejabilíssimos folículos do rosto antes de lhe confundirem com a menina-loba!

Nas axilas, a giletinha ainda rola. Esperar ficar que nem a Baby Consuelo para poder depilar é pior que a própria depilação. Ella confessa que morre de nojo das européias e suas suvaqueiras cabeludas. Suvaco cabeludo é pra macho! Como eles podem encarar aquilo? Por isso que amam as brasileirinhas lisinhas, limpinhas e cheirosinhas.

Perna e meia perna são fichinha perto da desgraça da virilha. Meninas, nem nossas confidenciais ginecologistas chegam tão perto quanto nossas depiladoras! Ella tinha uma teoria de que inventaram a depilação de virilha cavada em Auschwitz. Mas não, amigas! Brazilian Wax! A invenção é nossa!

Para os rapazes que lêem secretamente nosso blog, a situação é a seguinte: você entra numa cabinezinha mínima, com uma depiladora, que pode ser sua conhecida ou não, e ela te amarra. Quer dizer, amarra uma fitinha na calcinha para deixar tudo à mostra. Começa o drama. Primeiro uma cera quente na sua virilha e, antes que você possa desistir ou respirar, a sádica arranca seus pêlos, suas lágrimas e sua alma num único puxão. Quando achamos que já sentimos de tudo: cólica, dor de parto, dor de ouvido, vem essa coisa lancinante. Somos mais macho que muito homem!(sic Rita Lee).

Quando achamos que não pode mais doer, a Nazi-depiladora vem com uma espátula pequena, manda que você segure os lábios. Não amiguinhos, não tapamos a boca para não gritar, são os lábios debaixo mesmo. Eu sei que vocês devem ficar muito excitados de imaginar uma mulher segurando a perereca da outra, mas creiam, que se vocês vissem esta cena, nunca mais fantasiariam isso. Ella sempre tem medo de que a depiladora erre e arranque seu grelinho de estimação.
O constrangimento parece não ter fim até você ter que ficar de lado ou de bruços e segurar as bandas da bunda para depilar o ânus. E o medo do cu falar na cara da depiladora (ainda bem que elas usam máscaras!)?

E depilar sem sexo ou praia à vista? Ella concorda com uma humorista-filósofa que disse que virilha cavada pra ninguém ver é tortura desnecessária. Ella questiona para quê uma infinidade de desenhos de virilha modelada: o cara vai ter mais tesão se tiver um coração de pentelhos? Aliás, como agradar a todos? Um namorado gosta de mata cheia, o seguinte carequinha. Na dúvida, mantenha seu estilo.
Ella só faz um apelo aos meninos (a- pêlo, sacaram?): aparem mas não depilem! Macho cabeludo é macho cabeludo! Os que vieram sem pêlos, Ella ama também, e muito. Mas nada de saco lisinho, Ella vai ter ciúme da depiladora...

Vamos ajudar?

Gente, Ella pede ajuda a todos. Doem suas roupinhas e sapatos que estão sem uso, material de higiene, colchonetes, leite em pó...Se quiserem entregar para Ella, mandem um comentário que Ella manda seu Ellacóptero ir buscar ou vai pessoalmente pegar. Obrigada, pessoal! Lembre-se que qdo vc doa, um monte de amor e gratidão cerca sua vida. Beijo!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Feliz era Eva...


Amigas, reverencio Eva neste post. Uma mulher privilegiada, uma mulher de vanguarda: não tinha sogra e Adão não tinha Ex!
A palavra EX nunca é bem vinda, porque se o ex é seu, teve zica...se a palavra ex é dele...lá vem pulga atrás da nossa orelha!
Se o cara ficou com a dita cuja 5 minutos ou 50 anos, não importa, é ex. Se ele fala dela, a gente se incomoda, começa a querer se comparar, ver onde ela errou. Se ele não fala, a gente acha que ela deve ter sido uma mega mulher, que dilacerou o coração de seu amado e você vai querer fuçar esse passado...
E daí começa uma via-crúcis: tudo vira uma pista para seu quebra-cabeça! Você vira uma Sherlock Holmes do Orkut da vaca (sim, porque se é ex, é vaca). Você fica ligada nos papos de amigos e parentes para saber como era a OUTRAZINHA. Se ela for feia, você fica insegura: “Nossa, o que ele viu nela? Deve ser boa de cama”. Se ela for gata, fudeu! Você vai querer descobrir o maior podre da vida dela: que pode ser desde uma cárie no último molar, até algum vídeo caseiro dela rolando na internet (só reze para que não seja com o SEU namorado).
Se, por alguma infelicidade de seu parceiro, ele for citado em algum post de blog, twitter ou se alguma foto dele ainda constar no Orkut dos autos do seu processo de investigação da vida da ex: fudeu de veeeeeeeeeez! Aí mesmo é que a alma da amiga de Ella não descansará mais em paz!
O pobrezinho vai chegar com aquela cara de “Oi Amor que saudades” e periga levar um tabefe. Receberá um “Oi tudo bem” seco, curto e falado de um bico sem tamanho.
Só que aí entra o problema: você vai dizer que saiu investigando a vida da vaca? Uma amiga de Ella jamais daria este furo! Uma amiga de Ella usa estratégia de guerra, pois uma honra se lava com perfume francês e Victoria's Secret.
O pior é quando você tem que conhecer a EX. Pra quê isso, gente? Pra fazer você se sentir segura? Só em saber disso, seus hormônios de defesa reagem, você abre um sorriso e faz a cara de “Quem manda agora sou eu”. Mas se o encontro tem data marcada, você emagrece 10 kg em 5 dias, compra roupa nova pra matar de inveja e faz uma semana de análise seguida.
Situação pior: a ex freqüenta a casa da família. Ella nem entra nessa amigas! Antiguidade é posto. Se a vaca está, não vá. Mas se for, quando for, seja a melhor! Situação caótica: seu lindo vai ser padrinho de casamento com a ex. Crie um jeito de colocar um ventilador com vaporzinho em cima da escova dela! Faça isso de batom e blush retocados! Situação catastrófica: a mulher é linda, inteligente, todos gostam dela (inclusive sua sogra) e é super simpática com você. Nada a fazer, nenhum veneninho, nenhuma palavra atravessada...
Respire fundo e lembre-se que se você é atual e a outra é EX, alguma merda deu lá para o posto ficar vago. A catraca girou e você entrou! E pera, pera, peraí! Já se olhou no espelho? Você é linda, inteligente, engraçada, sexy. Não há ex que te olhe sem dizer: “ Olha lá aquelazinha...”. Coisas de mulher, só trocamos de posto de vez em quando...

TPM - você ainda vai ter uma...



Amigas, Ella precisa de apoio emocional hoje: está de TPM. Não é uma TPMzinha qualquer, é uma daquelas que inocenta uma mulher num julgamento por ter agredido alguém (ou matado mesmo).

Para os rapazes que não conhecem a sigla, TPM tem vários significados: Terrível Período Mensal, Trânsito Proibido para Machos ou To Puta Mesmo!

A TPM é como aquele parente insuportável que mora longe e liga com uma antecedência desnecessária para dizer que vai chegar pra passar uns dias com você. De preferência num feriado de sol que você planejava uma praia, de biquini branco. com seu lindo parceiro.

Ella quer saber quem, menstruadíssima, sai alegremente saltitando pelas ruas, de calça branca, como nas propagandas de absorvente? Ao longo de sua vida, Ella só conhece discursos femininos desesperados no período: "Tá marcando minha calça atrás?", "Vê se tá sujo" ou "Alguém tem um absorvente para me emprestar?

Começa com uma espinha bem no meio de seu nariz (de preferência no dia de uma festa fabulosa). Depois vem uma dorzinha de cabeça típica de ressaca, sendo que Ella não desfrutou do privilégio de encarar 1 garrafa de prosseco ontem. Na sequência,aquela cólica, com contrações típicas de quem vai parir um elefantezinho. Não há Atroveran, Buscopan ou Ponstan que segurem...só o Lexotan. E bolsinha de água quente.
Ensinaram a Ella chá de orégano, mas Ella pensou que estava tomando pizza em forma líquida e desistiu. Já tentou óleo de prímula, Yoga, respiração consciente, benzedeira...aliviam, mas não resolvem esse período de intensa flutuação hormonal.

O pior da TPM, além da hiper sensibilidade, é a vontade de comer doces. A ansiedade por um docinho só perde para os ataques pós-Pé-na-Bunda. A dieta se perde por 1 semana por causa desses malditos hormônios. A barriga fica imensa, ficamos inchadas como se fôssemos balões de gás hélio...
Os seios doem tanto, mas tanto, que se você respirar de mal jeito, parece que eles sairão andando sozinhos sem você. E ainda vêm nossos parceirinhos queridos, com a delicadeza que lhes é peculiar, querendo encher a mão...Para educá-los, compare seus seios aos testículos deles e perguntem com que intensidade eles gostariam de uma joelhada.

Antes de pílulas anti-concepcionais eficientes anti-TPM, Ella tornava-se um perigo para a sociedade. Chegou a enfrentar 5 homens num caminhão das Casas Bahia após uma fechada. Já bateu boca com uma velhinha desaforada no supermercado e abriu o berreiro na frente do chefe feito um bebê de colo.

A TPM parece aqueles dias abafados que sufocam a gente e só melhoram quando cai o temporal (que, no caso, é aquela chuva sanguinária).

Portanto, caríssimos companheiros, para a paz no seu lar e em seus relacionamentos, durante este período, não questionem, não provoquem e, se não puderem fazer cafuné e dar um colinho, nem se aproximem!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Animal Planet - Macho gosta de cheiro de macho


Já repararam, caríssimos 8 seguidores, como basta arranjarmos um namorado para começar a chover em nossa horta?
Se você está só, sua lista de telefones está inteiramente ocupada: da letra A de Armandinho à letra Z de Zeca, ninguém sabe mais seu nome. O telefone emudece. Você liga para sua operadora para saber se sua linha está com defeito, de tão quieta que ela fica. Fica torcendo para receber até torpedo de propaganda ou para um atendente de telemarketing ligar. Nem uma voz amiga. Aliás, nem aquele mala que você detesta liga. Nem seu banco liga.
Mas basta que seu dia de sorte chegue, que Vênus esteja alinhada com a Lua e o Sol na sua casa de relacionamentos e você, finalmente, arranja alguém que valha a pena. Pronto! Começa a luta pela fêmea. Inicia-se uma disputa de ex-namorados, ex-peguetes, ex-maridos, ex-amantes...inclusive aquele cara que nunca olhou para sua amável figura. Todos loucos para acasalar com você. No seu BINA começam a pipocar números desconhecidos.
Ella tem uma teoria: os machos sentem-se atraídos pelo cheiro de outros machos (seria uma variação de homossexualidade?). Porque você sempre esteve lá, super fêmea, com seus hormônios e feromônios borbulhantes em tempo integral, mega disponível, cheirosa, arrumada e ninguém se movia.
Eu sei que todos vão dizer: “Ah, mas sua auto-estima fica mais elevada”, “os feromônios exalam outro cheiro”. Besteira! Eles querem é disputa! Quando o osso está lá, disponível demais (mesmo que você se faça de difícil), ninguém luta por ele.
Parece até que eles têm um código secreto e que se comunicam entre si pelas suas costas: “Vejam! Está sendo cercada por um macho, avançar!”. Fazem de sacanagem, para ver o quanto você resiste às (boas) lembranças anteriores. Parece uma resposta tardia àquelas orações dramáticas feitas após um Pé Na Bunda: “Deus, faça com que ele volte para mim!” (de preferência rastejando aos seus pés...mas isso é um segredinho nosso né?).
Mas amigas de Ella, resistam a este golpe baixo! Isso é apenas um teste! Fujam desta tentação, deste teste de memória. Ex são loucos pra que vocês tenham um Alzheimer emocional e esqueçam todos os motivos que os fizeram virar seus ex.
Ps.:Por via das dúvidas, não dispense com foras e outras grosserias sua lista de ex, nunca se sabe o dia de amanhã...hahahahahaha

Alagados - Molhando a escova


Caros correspondentes internacionais, Ella sobreviveu à água que submergiu sua linda cidade.
Hoje Ella pegou seu carro anfíbio o “Hammer-Ella” (não é remela, pelo amor de Deus!) para buscar seu iate fúcsia “Lady Ella” que fica ancorado na Marina da Glória. Deu de cara com os pedalinhos em formato de cisne da Lagoa, que resolveram dar um rolé, mas também ficaram engarrafados na Epitácio Pessoa.
Ella nem imagina o sofrimento dos que estão perdendo casas e pessoas, mas vamos combinar, a população precisa aprender que tem lixo que é apegado aos seus donos e volta pra eles...A quantidade de lixo que se joga pela janela é diretamente proporcional à desgraça experimentada hoje pelos cariocas. Ella se solidariza com a dor dos que perdem tudo, mas faz um apelo para que saiam das encostas! Não vivemos em Capri nem na Riviera Francesa!
Mas voltando ao caótico retorno para casa de 2ª feira, Ella também molhou sua escova e teve que meter seus adorados sapatinhos numa aguinha barrenta. Não há guarda-chuva que guarde tanta água (nem os” familiões”, aqueles gigantescos, estilo Mary Poppins que os camelôs vendem por R$10,00 aos primeiros sinais de chuva). E se é chuva de vento: ”fechem os guarda-chuvas”! Um perigo aqueles furadores de olho pelas calçadas! Me digam por que uma pessoa, com água pela cintura, anda de guarda-chuva aberto ? Que parte do corpo ainda não está molhada nesta situação, gente?
Ella cuida de seus bens. Não põe seu corpinho na água leptospirótica nem a pau! E pegou carona num bote da Defesa Civil para voltar ao lar. Vontade de fazer pipi, de comer, de ver a novela das oito. Mas fechou os olhos, se imaginou numa gôndola em Veneza e jurou que o bombeiro era o George Clooney.Cinco horas para chegar em casa! Dava para ir a Buenos Aires comprar uns Alfajores nesse tempo! Mas Ella chegou.
Após uma noite saída dos livros de terror, onde os ventos uivavam e as águas não paravam de rolar, Ella ligou a TV e viu que era o feriado que ninguém esperava, nem desejava. Mas já que estamos em casa, sem trabalhar, porque não nos render àqueles prazeres proibidíssimos? Voltar para o edredon quentinho, ler o jornal na cama até tarde, encontrar TODOS os amigos de sua lista no MSN para bater papo, ler aquele livro atrasado, almoçar em casa... À tarde, uma programação intensa: ver ”Uma Linda Mulher” encolhida no sofá, estourar uma pipoquinha e comer brigadeiro de colher como se não houvesse amanhã. Diferente de um domingo, diferente de um feriado, este parece um daqueles dias em que não íamos à aula e ninguém nos dava falta na lista de chamada...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Curso de Aprofundamento da Mulher Atual


Cara Amiga fora do mercado, Ella entende seu problema.
 Se você casou com seu primeiro namorado aos 17 anos quando engravidou dele e agora, depois de 20 anos, ele lhe largou.
 Se você cuidou de sua família inteira (avós doentes, sobrinhos, reumatismo de mãe) e quando percebeu, o tempo havia passado para você.
 Se está estudando para concurso e só entende agora de Direito Constitucional e Raciocínio Lógico (essa é pra você, Ana!).
 Se você perdeu tempo pensando no que os outros pensariam de você e não fez nada que valesse a pena na vida...
Seus problemas acabaram! Ella lança o I Curso de Aprofundamento da Mulher Atual (CAMA).
 Um curso que colocará você a par dos grandes temas da atualidade, para que você não fique com aquela cara de quem acabou de sair de um coma de 20 anos:
- Ecologia:
• Fogo no rabo e o aquecimento global
• Sua seca de sexo e a seca no Nordeste têm relação?
• Sua frigidez pode frear o degelo na Antártida?
- Consumo Sustentável: Reciclagem: quantas vezes temos direito de trepar com um ex?
- Consumo insustentável: quantas bolsas e sapatos uma mulher pode ter sem estourar o indice Dow Jones?

- Sociologia - A fome no mundo: Quanto tempo dura sua dieta de emagrecimento?
- Geologia - Uma trepada boa tem quantos graus na escala Richter?
- Geografia – O fim do ponto G
- História – O blábláblá de seu ex ainda cola?
- Matemática Financeira – por que seu salário e o cartão de crédito são incompatíveis?
- Português – É dono da padaria mas dá um caldo
- Biologia – Regando sua plantinha com o regador de brinquedo
- Informática – Sexo virtual engravida?
- Direito Civil – Como calcular a pensão alimentícia quando engravidar de um jogador de futebol.
- Física – Como frear o efeito gravidade nos seios?
- Química – se não reagiu, não insista! A teoria dos fluidos que secam com homens sem talento oral.
O que há de mais avançado na Pedagogia Moderna: ensino a distância (para evitar fofoca e competição de várias mulheres juntas ).
Inscreva-se já e venha com Ella para o CAMA!

G de Gorda


Por sugestão de nossa amiga Livodka, Absolut Femme, falemos sobre o encolhimento dos tamanhos.
Assim como os 50 anos são os novos 40, e os 40 anos os novos 30, não sei quem por aí inventou que o manequim 38 é o novo 42. Sim, amigas! Se você compra roupas, sabe do que Ella está falando! Uma mulher 44 é uma obesa mórbida! Só encontra roupas na "Obesetic", Na "Espaço Fofashion", "Na Animale Obesa", na "Fofolic" , na "Myth...udi" ou na linha T-Plus da Leader Magazine. Não se pode ser grande,não se pode ter curvas, aliás, se você engordou 3 kg ou está inchada de TPM, não pode comprar roupas.
Na verdade, a Folic até que é muito benevolente. Tem tamanhos reais, assim como a Enjoy e a Mademoiselle, mas aí são roupas mais clássicas, não têm aqueles modelos mais descolados e glam pra arrasar na noite.
O que significa G? Antes era Grande, agora é Gorda. GG é Grande e Gorda. Queremos ser GG de grandes e gostosas, ou gordinhas e gostosas! O M é "merda, tá apertado" e PP é "Puta que Pariu, vai ser magra na casa do cacete!". Ninguém tá satisfeita. Mas Ella fica possessa com lojas que só têm até o M. Se você é grande, seja magra! Muito magra!
Outra coisa boa é quando vem a "agradável vendedora" (sic de Livodka!) e diz que a modelagem é pequena e que não há nada maior que um saco de batatas para cobrir seu corpo.
Certa feita, Ella foi comprar um jeans. Como sabem os 8 seguidores de Ella (tá aumentando, gente!!!), Ella é uma mulher corpulenta, alta e voluptuosa (tudo sinônimo de fora-do-padrão). Na cabine ao lado, uma mulher que deveria ser 50. Ella pede o 44, a calça não passa dos joelhos. A moça do lado pede a MESMA calça 42. Ella desiste. A moça do lado diz: "Ficou ótima vou levar essa". Ella se irrita e começa a achar que isso é uma guerra particular e pessoal contra sua pessoa. Será que só acontece com Ella? Pelo visto não, amigas. Somos fora de padrão mas temos simancol e espelho para ver que não dá para comprar um número irreal, ficar sufocada o dia inteiro numa blusa que parece uma baby-look sem sê-lo, com as sobrinhas marcando sob a roupa só para parecer uma mulher fake 42. Façamos uma campanha: "Queremos manequins reais!!!" E nada de deitar na cama pra fechar a calça, a não ser pelo bom motivo de ter um gato lindo pra fazer isso só pra te conquistar...

Carneirinho, carneirão - Insônia


Ella contou carneirinhos esta noite. Quer dizer, contou gatos másculos e sem camisa pulando a cerquinha de sua casa de sonhos. Mas isso não pode ajudar ninguém a dormir, gente! Ella ficava correndo atrás dos rapazes...”voltem aqui!, voltem aqui”!
Mas o que fazer quando todos estão tendo os sonhos dos justos e você lá, de olhos arregalados, vendo os ponteiros do relógio correrem?
Bem, pode-se inventar um teorema, imaginar a probabilidade de o ventilador de teto cair na sua cabeça, refazer a agenda, contabilizar os pagamentos da semana, imaginar porque aquele ex de 10 anos atrás lhe abandonou...mas aí mesmo é que o sono desaparece.
Ella se preocupa com o estrago de uma insônia em sua cútis de pêssego. Começa a imaginar que a bolsa roxa sob os olhos não ficará tão bem quanto um modelo do mesmo tom pendurado em seu ombro. Imagina o mau-humor típico das segundas-feiras tomando formas monstruosas ao longo de seu dia.
E vai para a janela. Sempre tem algum insone em algum apartamento vendo TV. Não dá vontade de ir lá chamá-lo? “Ei! Amigo, vamos conversar?”. Tipo jogar um gamão, trocar uma idéia, debater as notícias da madrugada...
Numa crise de insônia, apela-se para tudo. Ella abriu aquele livro chato que sempre deu sono, ligou a TV, viu gente vendendo tapete persa (alguém compra aquilo?), escolheu um anel de diamantes no Mil e Uma Noites (alguém compra aquilo também?), assistiu “Desejo de Matar” onde Charles Bronson tinha 20 anos , fez chazinho de camomila, tomou passiflorine...4 da manhã! “Vou ter que acordar daqui a pouco! Nada de sono? Desce logo um Lexotan de 3 KG!!!!!“

domingo, 4 de abril de 2010

O medo da Páscoa


Feliz Páscoa, caríssimos seguidores!
Ella não gosta muito do feriado da Semana Santa. Na verdade Ella nem ama chocolates (mesmo!). Ella foi criada em colégio de freiras e todo esse pedaço pós-Carnaval era de muita culpa. Ella sentia mais culpa na infância do que se comesse hoje trilhões de ovos de chocolate. Ella era acusada de ter matado Jesus. Ele morreu por sua causa! – apontavam as freiras. “Pensam que Páscoa é chocolate?” “Ele foi crucificado por sua causa”.

Custava ter didática para explicar direito? Ella se defendia mentalmente: “Mas eu nem estava lá, não era nascida, Jesus é maior que eu”. Sim, explicavam que a Páscoa comemorava a Ressurreição de Cristo, sua vitória sobre a morte, mas só depois de mostrarem filmes horríveis de todo o flagelo e a crucificação (só pra explicar: para uma criança de 7 anos!). Ella nem dormiu à primeira vez que assistiu o tal filminho. Ficava esperando Jesus se vingar dela durante o sono. E Ella assistiu o filme durante toda sua vida escolar até se adaptar àquilo e saber que Jesus era um cara bacana e que não se vingava de ninguém.

Certa vez, Ella fora fazer uma encenação da Via Crucis. Seria o homem que auxiliava Jesus a carregar a cruz. Ella devia ter uns 10 anos e pensou que aquela seria sua Redenção. Afinal, daquela história toda, pouca gente era legal, e Jesus ia ser eternamente grato a Ella.

Depois que Ella foi para a Catequese, começou a parte da confissão. “É época de confessar, de se arrepender de seus pecados”. Que pecado horrível pode ter uma criança de 9 anos que não seja contar uma mentirinha aqui e ali para a mãe? Ella tinha dor de barriga antes de confessar. “Se eu conto a verdade pro Padre, ele vai pensar que eu sou uma pessoa horrível porque eu dei cola para minha coleguinha e fui malcriada com meu pai. Mas será que Deus vai descobrir que eu tive vontade de beijar o lourinho na 5ª série na boca? E que vi umas fotos de gente pelada na revista que tinha na sala de estar do médico? Não vou contar, só vou contar a parte que respondi pro papai, essa tem salvação”. Ella filtrava os pecados. Sobre os cabeludos, decidiu que ia falar direto com Quem mandava. E vinham as penitências. E vinham depois as comparações das penitências entre os coleguinhas: “20 Ave-Marias? 20 Pai-Nossos?” Caraca! - Ella pensava- esses aí estão piores que eu...

Ella gostava do Domingo de Ramos, mesmo a Missa sendo compriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiida com um padre que só falava espanhol. Achava que os galhinhos queimados em dia de chuva REALMENTE impediriam relâmpagos e trovões. E saía toda feliz da igreja com seu Raminho pára-raio.

E a Sexta-Feira Santa? Não podia ouvir música, não podia brincar, era um dia de tristezas, de escuridão. Ella não entendia o porquê, afinal, todo mundo sabia que Jesus ia Ressuscitar depois mesmo. E quem não sabia, podia ver na TV, porque era dia de passar o filme “Jesus de Nazaré” do Franco Zefirelli. E não podia comer carne. Ella não sabia que presunto era carne. Distraidamente pegou uma fatia para comer e, quando foi levá-lo à boca, levou um tapa na mão que fez o presunto voar longe. Ella só gostava da Sexta-Feira Santa por causa da canjica e da Sopa Paraguaia que sua família fazia (um bolo de queijo, cebola e milho maravilhoso que só tinha nessa época).

Enfim a Páscoa. Ufa! Aí sim, a felicidade chegava. Mas só chegava depois da Missa. Então a família se reunia, trocava chocolates, comia bacalhau e Ella ficava aliviada de terem esquecido quem tinha sido a culpada pela morte de Jesus.

sábado, 3 de abril de 2010

Clássicos da Literatura e os livros que Ella escondia embaixo da cama


Ella sempre amou os livros. Sempre foi estimulada à literatura, desde pequena. A leitura obrigatória de um livro por bimestre era ansiosamente aguardada por Ella. Não era dever, era prazer.
Pedro Bandeira, Ruth Rocha, Lygia Bojunga, Ziraldo e Ana Maria Machado eram seus amigos de infância, e suas obras: “ Droga da Obediência”. “Marcelo, Marmelo, Martelo”, “A Bolsa Amarela”, “O menino maluquinho” e “Menina Bonita do Laço de fita”, seus grandes companheiros.
Ella conheceu Fernando Sabino pessoalmente. Fora convidada para ir à sua casa entrevistá-lo num trabalho escolar. Ella não dormiu uma semana de ansiedade e só queria dizer que “O menino no espelho” era lindo e queria aprender a voar como Odnanref.
E vieram as aulas de Literatura. Ella tinha uma professora-freira que amava os livros também. E por causa dela decorou “Marília de Dirceu” de Tomás Antônio Gonzaga. Entendeu o Arcadismo, o Barroco, o Romantismo, o Realismo, o Naturalismo, o Parnasianismo e o Simbolismo. E por causa dela passou a amar Machado de Assis. E por causa dela gabaritava as provas de Redação e Português e Literatura do Vestibular.
Mas Ella também tinha um ponto fraco. Como percebem, caras amigas, Ella teve uma infância suburbana. E gostava das coleções Julia, Sabrina e Bianca. Havia também as de Barbara Cartland, mas essas eram histórias de 1800 e não diziam as putarias nas entrelinhas que Ella gostava de ler.
Pode-se dizer que foram esses livros que deram a Ella as primeiras noções sobre sexo. Passara as férias da pré-adolescência trocando livros com suas irmãs mais velhas e sua prima. As 4 ficavam a tarde inteira sentadas na casa de praia, em silêncio sepulcral, tentando decifrar onde ficava o monte do amor.
Um dia, Ella, que era caçula do grupo, perguntou: “O que é o ápice do prazer?”. Suas irmãs riram, mas também não souberam explicar que isso se chamava orgasmo na vida real e que o membro rijo e ereto penetrava no monte úmido e no final dava nisso. Mas não havia uma trepadinha dessas que dão errado. Os dois gozavam juntos (e sempre), tinha um luar derramado sobre a cama ou os dois estavam presos numa cabana em uma noite escura e chuvosa ou num pôr-de-sol de uma praia deserta.
As histórias eram sempre as mesmas: O homem alto, másculo, atlético, viril, moreno, de olhos azul-cobalto, rico, bem-sucedido, disputadíssimo por outras mulheres e invariavelmente sem coração levava o livro inteiro para se apaixonar pela moça frágil, cabelos lisos e longos, dócil, quase sempre virgem que ia trabalhar para ele e que sofria até o penúltimo parágrafo. Mas o deus-grego só se apaixonava depois de comê-la primeiro. Não rolava um carequinha ou um barrigudinho com olhos castanhos... E os cenários? Grécia, Paris, Havaí... Óbvio! Quem se apaixonaria em Bangu ou no Bixiga?
Ella ficou com essa imagem de perfeição por toda sua vida. Já passou por mais vilões do que por heróis. Os cenários nunca foram lá muito paradisíacos e os finais, até agora, estão longe de serem felizes. Mas Ella continua lendo. Livros mais maduros, histórias mais reais e prepara ainda a biografia da história de amor mais linda de todos os tempos.
Ps.: Post dedicado à Sapa que também lia porcarias como Ella...rs

Memória Ploc-Lollo-Babaloo...adolescência nos anos 80


Continuando a onda nostálgica que assolou Ella, a fase que queremos esquecer: os anos 80. O pior: ser adolescente nos anos 80.

Tirando o fato que a “rebeldia” era marcada pela Legião Urbana, o resto todo era muito trash. Ella abandonara os radinhos de pilha de ondas curtas AM por com um incrível Walk-man com toca-fitas e rádio FM. A vitrolinha portátil Phillips que tocava “AS Patotinhas” fora trocada por um 3 em 1 com caixas de som gigantes. Ella amava Dire Straits, Wham e George Michael.
Mas isso foi só depois do Menudo. Na pré-adolescência de Ella, dançar “Não se Reprima” e colecionar pôsters e LP’s dos porto-riquenhos era “chocante”. Em seu primeiro hi-fi (festinhas onde meninas levavam biscoito Skiny e meninos, refrigerantes – ninguém enchia a cara de cerveja!), Ella torcia para que alguém lhe tirasse para dançar ao som de “If you not here” . E sempre ficava querendo. Ella era meio esquisita mesmo. Tinha aquele cabelo todo picotado que parecia um ninho de pombos e ficava armado que nem um poodle sem tosa. Mas era salva pelo New-Wave, um gel que deixava o cabelo duro e com cara de molhado. E ainda tinha a versão purpurinada!

Havia uma moda nova: os importados. Importados do Paraguai. Um batom rosa-cheguei que tinha uma embalagem verde-limão e duração de 24 horas. Parecia uma tinta. Tinta também era o “Rayto-de-sol-manchador-de-biquini”. Ficávamos laranja-Donatella Versace/Giorgo Armani. Combinava com os esmaltes "chocante", "rosa rei", "tropical" e o cintilante "raio-laser". Mais tintas? Canetas de 12 cores com cheirinho de tuti-fruti para guardar no estojo que tinha mil compartimentos. Um luxo!

No quesito roupa, a CeA tinha acabado de chegar. Ella se lembra, com pesar, de sua primeira roupa de festa: uma blusa amarelo-limão, uma calça “clochard” lilás, meias atoalhadas verdes e um tênis verde para combinar (?!). É óbvio que não poderia ser tirada para dançar, era a amiga engraçada e cdf que servia de cupido.

Meninas usavam calças bag e semi-bag da Phillipe Martin, mas Ella não pegou essa onda no início (só quando já estava acabando a moda). Ella não podia pagar por grifes e teve apenas um chaveirinho em forma de pé de pato da Company (a mochila de borracha de cor berrante tão sonhada não chegou nunca em seu armário). Meninos usavam “camisões de javaneza” estampados e tinham “mullets” na cabeça.
Ombreiras, short com meia calça, bolero-paquita de botões dourados, brincos de plástico gigantes, saia balonê, gravatinhas, suspensórios, óculos de coração e roupas de cor fluorescente...é claro que você jurava, como Ella, que isso nunca voltaria. Voltou. Mas Ella se recusa (parecia uma jogadora de futebol americano em seu blazer coral com ombreiras de mangas arregaçadas). Fluorescentes viraram “cítricos”, leggings de “lycra” viraram de strecht e ombreiras ficaram ombreiras mesmo. Ella não cometerá mais esses erros!

Bonito era fazer aeróbica de collant e polainas, igual à moça do filme Flashdance. Sonhar com o Patrick Swayze no Dirty Dancing e com o Tom Cruise no Top Gun, cantando suas respectivas trilhas sonoras “She’s like the wind” e “Take my breath away” era tu-do para uma “gatinha-Capricho”!

Mas há privilégios. Nossos ídolos estão até hoje por aí, não são descartáveis: Paralamas, Madonna, Barão Vermelho, Lulu Santos. E se a Blitz não existe mais, o Evandro e a Fernandinha Abreu estão aí para não nos deixar esquecê-la.
E Ella crescia. Crescia e suas calças não. Pescavam siri e deixavam as meias à mostra. Mas tudo bem... eram os anos 80 e Michael Jackson no dera essa permissão fashion-Thriller...

Velha Infância - Parte 2- Eu tenho, você não tem


Ella não era uma menina pobre de marré-deci, mas a inflação beirava os 800% ao mês e tudo era muito comedido: um frango assado no domingo dava para uma família de 4 pessoas e a “Coca-litro” dava para o almoço, para o jantar e ainda guardávamos para a 2ª feira com um garfo ou uma colher na boca da garrafa para não sair o gás!

As compras de início de ano enchiam Ella de ansiedade. A expectativa daqueles cadernos branquinhos, lápis sem a bundinha comida, etiquetas e uniforme novos davam a sensação de Reveillon. Mas passava rápido a felicidade...mamãe de Ella não entendia que canetinha de 6 cores e lápis de cor de 12 cores não davam asas à sua imaginação como as canetinhas de 12 e os lápis de 36. Que lápis preto e lapiseira 0,7mm não tinham a mesma escrita!

Ella usou cadernos brochura que tinham o Hino Nacional no verso enquanto algumas amiguinhas abastadas exibiam os lindíssimos Caderflex ou cadernos-espiral com capinhas lindas da Tilibra. Sorte que Ella era excelente aluna e seu caderno brochura-brochante (encapado de papel pardo e sem orelhas) era disputadíssimo, pois estava sempre completo e com milhões de “Parabéns, continue assim”.

O sapato 752 da Vulcabrás, com cadarços não era o estilo boneca sonhado por Ella. E como duravam! Outra grande decepção era o Conga azul marinho testão (nem me fale que isso é vintage, porque Ella tem trauma!) . O sonho era o Bamba branquinho ou os inacessíveis Montreal-chulé (aquele marrom que aparecia no Sílvio Santos). Sorte que no colégio de Ella os Kichutes eram proibidos para não arranhar o chão encerado das freiras!

A hora da merenda também tem memória. Uma lancheira plástica vermelha foi o primeiro acessório vermelho de Ella! Cabiam o Mirabel ou o pão com goiabada... ??? As riquinhas levavam pão com presunto, mas presunto lá na casa de Ella era só no pagamento de papai, o real era a deliciosa mortadela mesmo. Nos dias de glória, mamãe chiquérrima de Ella dava dinheiro para merenda (sim, mamãe de Ella era chiquérrima, escovada, usava casacos 7/8, trabalhava e dirigia!). O troco por devolver a garrafinha de Coca-Cola de 200 ml eram balas Juquinha que a gente comia com papel e tudo!

Quando as pastas escolares de couro horrendas começaram a dar lugar a mochilas de nylon, papai de Ella demorou a entender que não eram mochilas de acampamento. A primeira mochila de Ella ia de seu pescoço até o fim das coxas e eram feitas de lona militar.

Nessa época, Ella não ligava muito para roupas e sapatos (naquele tempo a única vida social de uma criança fora da escola era no quintal brincando....). Andava de uniforme ou com conjuntinhos de algodão da Citycol e da malharia Mena comprados nas banquinhas.

Mas Ella sempre se preocupou com sua beleza. Usava a Seiva de Alfazema Phebo que sempre ganhava de aniversário de alguma tia velha. Usava Creme-C Pond’s da mamãe que ficava na penteadeira dando mole. Amava ira ao salão aos sábados ver mamãe pintando as unhas de vermelho-encarnado e fazendo escova estilo Farrah-Fawcett. O cabelo de Ella não era lá essas coisas...enquanto suas irmãs tinham longos e lisos cabelos fio-reto , Ella tinha caracóis curtos. Às vezes, piolhos ficavam debaixo dos caracóis de seus cabelos. Eram mortos com pente fino e Pruritrat (ou aquela amarela latinha de Neocid!!!!). Nada domava aqueles cachos, só o creme-rinse Neutrox amarelo para o dia-a-dia e Neutrox 2 rosa para os dias de praia. A praia era acompanhada do óleo Johnson com urucum para ficar bem bronzeada e o excesso era minimizado com pasta d’água ou Caladryil rosa. Câncer de pele e envelhecimento não estavam na ordem do dia. Descascar era até charmoso!

Caríssimas, como se vê, certas coisas do passado justificam nosso presente. Os traumas do bulling “eu tenho, você não tem” das amigas lisas e louras de escola sempre ecoaram na cabeça de Ella. Ella evoluiu e pode pagar (quase sempre) por seus sonhos de consumo. Mas desde quando não podia mesmo, sempre soube o que era bom.

Velha Infância - Parte 1 - Diversão e Arte



Ella acordou nostálgica hoje! Alguém falou uma palavrinha simples: Cremogema! E a musiquinha da propaganda começou a ecoar pelos ouvidos: “Crem, cremo,cremo,cremogema é a coisa mais gostosa desse mundo, a mamãe queeeeeeer o melhor pra gente, crem,cremo,cremo,crê-mo-ge-má!” O gostinho do mingau veio imediatamente! E puxou junto a musiquinha do “Roda-baleiro, atenção...” das balas Kids de leite com o baleiro rodopiando.

Ella e seu irmão espalhavam Playmobill Apache, Bombeiro, Hospital, Circo e Piratas pelo quintal e, quando a cidade ficava pronta, a brincadeira ficava sem graça.Ella tinha uma Susi cabeção (a Barbie não era para seu bico). Susi namorava o Falcon, aquele boneco másculo e ruivo de barba.

Outro hobby de Ella eram as coleções: papel de carta, figurinhas do “Amar é”, bonequinhas de papel para trocar as roupas, Moranguinhos, Fofoletes e gibis da Turma da Mônica.

No verão, as piscinas “Toni” eram a “alegria da garotada”. Não se tinha notícia de buraco na camada de ozônio e era possível ficar numa praia até as 14 horas jogando frescobol ou nas bóias feitas de pneu de caminhão. O sol era amigo. E chamava o Natal. E o Natal tinha a magia do “Não esqueça minha Caloi”. Não colou. Ella sonhava com a Caloi Ceci (que tinha uma cestinha) e teve uma Monark Monaretta.

Também no Natal tinha o jingle da Varig: “Estrela brasileira, no céu azul, iluminando de norte a sul (...)Varig, Varig, Varig”. Ella não andava de avião, mas sua tia mais chique trazia as máscaras de dormir e as nécessaires chiquérrimas da Pan-Am para as sobrinhas. Por que hoje esse glamour acabou?Só dão horrendas barras de cereais?

A moça do Yakult batia na porta de casa para vender as garrafinhas e iogurte só se chamava “Danone”. As festas infantis eram em casa mesmo, com cajuzinhos, brigadeiros. Alguém me explica por que faziam docinhos de queijo? Íamos com o maior apetite achando que eram beijinhos de coco e eram de queijo! Argh!

Só tínhamos 5 canais de TV. De manhã, a Paula Saldanha apresentava o Barbapapa no Globinho e o Bozo passava o Pica-Pau (que Ella vê até hoje). Tinham ligações ao vivo para jogar Batalha Naval (pow,pow,pei!), Bozo Corrida (“Vai malhado, vai malhado!”) e Bozo Memória (Ella ainda sabe a musiquinha "5851385 é o telefone espertinho do Bozo”). Ella tinha medo da Vovó Mafalda, do Salsifufu e do garoto Juca.
Às 5 da tarde, Ella voltava correndo da escola para assistir o Sítio do Pica-Pau Amarelo, emendava no Daniel Azulay e só acabava no Tom e Jerry às 19 horas. Depois era hora do jantar. Todo lazer era cronometrado.

Antes de cada programa aparecia um documento da ditadura dizendo qual era a faixa etária recomendada. Mamãe deixava Ella assistir fora de sua faixa-censura Baretta, Kojak, Casal 20, Chips, Ilha da Fantasia (amava o Tatu gritando: Chegou o avião, chegou o avião!) e Panteras. Ella sempre achava que ia ser a Kelly das Panteras ou se ficasse rodopiando se transformaria na Mulher Maravilha.

No sábado tinha Chacrinha. Ella quis ser chacrete (gente, todo mundo tem um lado B!) e achava linda aquela coreografia! kkk. Imitava a Gretchen, cantava Sandra Rosa Madalena e achava o Sidney Magal o máximo! No domingo tinha Silvio Santos, mas mamãe de Ella (muito centrada e culta) não deixava. De vez em quando, o espírito brega que assolava Ella, colocava sorrateiramente no canal 11 para ver a batalha emocionante do Trio Los Angeles com o Biafra no "Qual é a Música". “Pablo qual é a música?” E um traveco louro jogava os cabelos pra cantar. Ella também torcia para o menino da cabine sem som trocar uma bicicleta por uma caixa de fósforos: “Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmm”.

Domingo às 19 horas, os Trapalhões eram sagrados como a Missa. E no cinema também. Ella e seus primos ficavam duas horas na fila, no sol, sem reclamar até entrar no cinema para ver “Os Saltimbancos Trapalhões” ou “O Mágico de Oroz”. A música do Fantástico dava a triste notícia que o fim de semana tinha acabado.

Mas ao contrário das crianças de hoje que têm de ir ao Inglês, à natação e à Yoga, quando não estão na escola, o tempo livre era para fazer alguns deveres de casa, brincar e ser feliz.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Para olho gordo: colírio diet


Amigas, falemos sobre o pior dos sentimentos: o mau-olhado. Não há magia, macumba ou desejo mais poderoso que “aquele” olhar atravessando suas costas. Tem gente que parece ter visão de infra-vermelho... chega até a queimar!

E o olho gordo não atinge só os ricos, bonitos e bem-sucedidos em tudo. Tanto isso é verdade que tem um monte de Monza velho com adesivos: “Não me inveje, trabalhe”. Porra, se neguinho inveja motorista de Kombi, que avisa que “a sua inveja é a velocidade do meu sucesso”, imagine nós! Lindas, magras, saradas, independentes, cabelos de comercial de shampoo, sorriso de comercial de pasta de dentes, cheias de amigos como no comercial de cerveja, família perfeita de comercial de margarina, que ganhamos bem e trabalhamos pouco (Ella também sonha, gente!).

O pior é quando a inveja vem de fogo-amigo...aquela pessoa que está sempre do seu lado, que você não pode se desvencilhar socialmente e que acaba com seus planos antes que eles virem realidade. Aquela que acaba entrando na sua casa e diz: “Que linda planta!” e a bichinha amarela em 5 segundos. Ou a que vê seu trabalho de sucesso e tenta miná-lo. Quando você diz inocentemente que vai viajar com seu amado (seja para Paris ou para o Paraguai), a seca-pimenteira consegue derrubar o avião! “Você engordou”? Ou a variação: “nossa, seu cabeleireiro errou a mão desta vez!” – são discursos claros de quem acha que você está ótima, com tudo em cima e ela não chega aos pés.

Fora que essa gente sugadora, por não ter o que você tem, fomenta a discórdia em seus relacionamentos, coloca minhoquinhas na sua cabeça e depois dá um suspiro de alívio quando você está infeliz: “eu não te disse?”.

Ainda há a “invejinha branca” ou “inveja boa”. Gente. Inveja é inveja, é sempre ruim. Você pode ter o desejo de ter um casamento parecido com o de sua amiga, mas querer o marido dela é outra coisa! Desejar algo de bom que o outro tenha, não é inveja, é cobiça. Desejar tirar o que é bom deste outro sim. Não desejar que o outro seja feliz com a boa sorte, boa luz e alegria que lhe foram abençoados, isso é inveja!

Mas como nos proteger dessa energia maléfica? Pegar uma estaca e umas balas de prata para quando o inimigo olhudo chegar? Sal grosso, arruda, pimenta, olho-grego, patuá, reza? Vale tudo. Mas bom mesmo seria um colírio diet para esse olho-gordo!