segunda-feira, 5 de abril de 2010

Carneirinho, carneirão - Insônia


Ella contou carneirinhos esta noite. Quer dizer, contou gatos másculos e sem camisa pulando a cerquinha de sua casa de sonhos. Mas isso não pode ajudar ninguém a dormir, gente! Ella ficava correndo atrás dos rapazes...”voltem aqui!, voltem aqui”!
Mas o que fazer quando todos estão tendo os sonhos dos justos e você lá, de olhos arregalados, vendo os ponteiros do relógio correrem?
Bem, pode-se inventar um teorema, imaginar a probabilidade de o ventilador de teto cair na sua cabeça, refazer a agenda, contabilizar os pagamentos da semana, imaginar porque aquele ex de 10 anos atrás lhe abandonou...mas aí mesmo é que o sono desaparece.
Ella se preocupa com o estrago de uma insônia em sua cútis de pêssego. Começa a imaginar que a bolsa roxa sob os olhos não ficará tão bem quanto um modelo do mesmo tom pendurado em seu ombro. Imagina o mau-humor típico das segundas-feiras tomando formas monstruosas ao longo de seu dia.
E vai para a janela. Sempre tem algum insone em algum apartamento vendo TV. Não dá vontade de ir lá chamá-lo? “Ei! Amigo, vamos conversar?”. Tipo jogar um gamão, trocar uma idéia, debater as notícias da madrugada...
Numa crise de insônia, apela-se para tudo. Ella abriu aquele livro chato que sempre deu sono, ligou a TV, viu gente vendendo tapete persa (alguém compra aquilo?), escolheu um anel de diamantes no Mil e Uma Noites (alguém compra aquilo também?), assistiu “Desejo de Matar” onde Charles Bronson tinha 20 anos , fez chazinho de camomila, tomou passiflorine...4 da manhã! “Vou ter que acordar daqui a pouco! Nada de sono? Desce logo um Lexotan de 3 KG!!!!!“

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