sábado, 3 de abril de 2010

Memória Ploc-Lollo-Babaloo...adolescência nos anos 80


Continuando a onda nostálgica que assolou Ella, a fase que queremos esquecer: os anos 80. O pior: ser adolescente nos anos 80.

Tirando o fato que a “rebeldia” era marcada pela Legião Urbana, o resto todo era muito trash. Ella abandonara os radinhos de pilha de ondas curtas AM por com um incrível Walk-man com toca-fitas e rádio FM. A vitrolinha portátil Phillips que tocava “AS Patotinhas” fora trocada por um 3 em 1 com caixas de som gigantes. Ella amava Dire Straits, Wham e George Michael.
Mas isso foi só depois do Menudo. Na pré-adolescência de Ella, dançar “Não se Reprima” e colecionar pôsters e LP’s dos porto-riquenhos era “chocante”. Em seu primeiro hi-fi (festinhas onde meninas levavam biscoito Skiny e meninos, refrigerantes – ninguém enchia a cara de cerveja!), Ella torcia para que alguém lhe tirasse para dançar ao som de “If you not here” . E sempre ficava querendo. Ella era meio esquisita mesmo. Tinha aquele cabelo todo picotado que parecia um ninho de pombos e ficava armado que nem um poodle sem tosa. Mas era salva pelo New-Wave, um gel que deixava o cabelo duro e com cara de molhado. E ainda tinha a versão purpurinada!

Havia uma moda nova: os importados. Importados do Paraguai. Um batom rosa-cheguei que tinha uma embalagem verde-limão e duração de 24 horas. Parecia uma tinta. Tinta também era o “Rayto-de-sol-manchador-de-biquini”. Ficávamos laranja-Donatella Versace/Giorgo Armani. Combinava com os esmaltes "chocante", "rosa rei", "tropical" e o cintilante "raio-laser". Mais tintas? Canetas de 12 cores com cheirinho de tuti-fruti para guardar no estojo que tinha mil compartimentos. Um luxo!

No quesito roupa, a CeA tinha acabado de chegar. Ella se lembra, com pesar, de sua primeira roupa de festa: uma blusa amarelo-limão, uma calça “clochard” lilás, meias atoalhadas verdes e um tênis verde para combinar (?!). É óbvio que não poderia ser tirada para dançar, era a amiga engraçada e cdf que servia de cupido.

Meninas usavam calças bag e semi-bag da Phillipe Martin, mas Ella não pegou essa onda no início (só quando já estava acabando a moda). Ella não podia pagar por grifes e teve apenas um chaveirinho em forma de pé de pato da Company (a mochila de borracha de cor berrante tão sonhada não chegou nunca em seu armário). Meninos usavam “camisões de javaneza” estampados e tinham “mullets” na cabeça.
Ombreiras, short com meia calça, bolero-paquita de botões dourados, brincos de plástico gigantes, saia balonê, gravatinhas, suspensórios, óculos de coração e roupas de cor fluorescente...é claro que você jurava, como Ella, que isso nunca voltaria. Voltou. Mas Ella se recusa (parecia uma jogadora de futebol americano em seu blazer coral com ombreiras de mangas arregaçadas). Fluorescentes viraram “cítricos”, leggings de “lycra” viraram de strecht e ombreiras ficaram ombreiras mesmo. Ella não cometerá mais esses erros!

Bonito era fazer aeróbica de collant e polainas, igual à moça do filme Flashdance. Sonhar com o Patrick Swayze no Dirty Dancing e com o Tom Cruise no Top Gun, cantando suas respectivas trilhas sonoras “She’s like the wind” e “Take my breath away” era tu-do para uma “gatinha-Capricho”!

Mas há privilégios. Nossos ídolos estão até hoje por aí, não são descartáveis: Paralamas, Madonna, Barão Vermelho, Lulu Santos. E se a Blitz não existe mais, o Evandro e a Fernandinha Abreu estão aí para não nos deixar esquecê-la.
E Ella crescia. Crescia e suas calças não. Pescavam siri e deixavam as meias à mostra. Mas tudo bem... eram os anos 80 e Michael Jackson no dera essa permissão fashion-Thriller...

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